Uma amadorismo com elevado grau de irresponsabilidade é o que se pode dizer do governo Mauro Carlesse. No sábado, 2 de junho, o Portal das Transparências do governo do Estado registrava (printei a página) despesas empenhadas pelo governo da ordem de R$ 5,8 bilhões contra receitas de R$ 4,065 bilhões. Fiz um artigo que teve grande repercussão não só no Estado. Sem qualquer explicação, o mesmo Portal das Transparências registra na madrugada desta terça (dois dias úteis depois) despesas empenhadas de apenas R$ 3,658 bilhões.

O governo cortou da contabilidade (sem informar os motivos) despesas contabilizadas (empenhadas) de R$ 2,2 bilhões. Resultado: não seria mais deficitário e sim superavitário em R$ 465 milhões já que manteve no mesmo Portal hoje receitas de R$ 4,093 bilhões.  Ora, o Portal das Transparência é um dispositivo legal, determinado por Lei Complementar 131/2009 Isto aí, sem explicação pública, é uma fraude grosseira e um crime. Estamos diante de um uso ilegal de informação pública, caso o governo não tenha justificativa. A não ser que tenha cancelado R$ 2,2 bilhões de empenhos em um dia.

Ou seja, Carlesse desapareceu R$ 2,2 bilhões de despesas empenhadas da mesma forma, é possível deduzir, com que sumiu com R$ 32 milhões de seu patrimônio em menos de três anos, conforme suas próprias declarações na Justiça Eleitoral.

Dias antes da eleição suplementar de domingo, um servidor público aposentado, advogado até, dizia-me que iria votar em Mauro Carlesse. Perguntei-lhe os motivos já que, morador de Gurupi, ele não teria votado no governador interino, seja para prefeito da cidade como para deputado estadual por razoes impublicáveis

Ele justificava mudança de posição não por enxergar alteração no que considerava motivos para não fazê-lo ou porque enxergaria no governador interino interesse e condições de mudar a realidade do Estado. E sim porque Carlesse estaria defendendo os seus salários como servidor aposentado ao prometer pagar a data-base.

Não o retruquei porque nunca pedi voto contra nem a favor de qualquer candidato. Sou responsável apenas pelas minhas escolhas e não dos outros. Mas nessa assertiva decisão do advogado aposentado (que intuo representou a direção do pensamento de muitos no primeiro turno das eleiçoes) percebe-se um comércio de votos, um estelionato e a lei de Gerson, de levar vantagem em tudo.

Ora, é o Igeprev e não o governo que paga salários de aposentados e pensionistas. Não dependeria de Mauro Carlesse autorizar data-base a aposentados, um direito constitucional do aposentado/pensionista mas submetido às finanças do Igeprev que, como se sabe, já apresenta um déficit mensal da ordem de R$ 4 milhões entre receitas e despesas. O governo sequer paga contribuições patronais depois que o servidor se aposenta.

Por outro lado, o aposentado (como muitos) não se importa em pensar que o governo, apesar de estar aumentando as receitas, eleva, diariamente, em maior proporção, as despesas. Enquanto as receitas crescem de forma aritmética (por adição) as despesas seguem por geométrica (multiplicação). Já gastou R$ 1,8 bilhão a mais do que teve até aqui de recursos.

Ele não quer saber dos R$ 30 bilhões de passivo atuarial do Igeprev nem porque o governo só paga R$ 190 milhões da folha de salários (só paga o líquido quando o bruto chega a R$ 320 milhoes), deixando, mês a mês, uma dívida de R$ 130 milhões com servidores e Previdencia Social (R$ 1,5 bilhão por ano). Tampouco interessa-lhes como Mauro Carlesse irá pagar as datas-base de 2017/2018 sem dinheiro e sequer ter pago 2015/2016.

 Na verdade, o déficit mensal (despesas/receitas) do governo se aproxima de R$ 600 milhões. Ele próprio prevê o orçamento um déficit primário de mais de R$ 474 milhões no final do exercício. Sem contabilizar estes pagamentos que não estão no orçamento. Ou seja, Carlesse promete pagar sem orçamento.

Mas a maioria nao liga para isso. Já esqueceram do Acelera de Carlos Gaguim e das estrepolias de Sandoval Cardoso, responsáveis, pela irresponsabilidade fiscal de seus governos, em larga medida, por esse caos nos serviços públicos e essa roubalheira. Sandoval chegou a nomear o cunhado Secretário de Infraestrutura (responsavel pela contrataçao e pagamento de obras) coordenador de sua campanha. Por pouco nao foi eleito no voto popular. 

Carlesse não criou isso. Nos últimos tres anos estabeleceu, isto sim, condiçoes para se aprofundar o buraco com distribuição de dinheiro a prefeito. Dinheiro público como apura, agora, a Polícia Federal. Não respeitou, tudo indica, nem mesmo o prazo eleitoral. Muito claro, tanto no processo, quanto no número de apoiadores em cidades onde nunca esteve.

Afinal, persiste uma indagação (que o Ministério Público Federal disse investigaria): onde Carlesse deixou escorrer os R$ 32 milhões de patrimonio que disse ter perdido em tres anos, justamente quanto projetava o que hoje é realidade. Se vendeu fazendas, a não ser que tenha jogado o dinheiro dentro de  um rio qualquer, deve estar por aí.

E a manada segue atrás das cédulas, reais ou virtuais. Só ligam para alguma coisa, quando vão aos hospitais públicos e não tem remédio nem atendimento médico. Ou fraturam uma perna ou um membro qualquer e tem que entrar na fila de espera de mais de mil pessoas, enquanto não vem a grangrena.

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