O leitor deste blog sabe perfeitamente seu posicionamento sobre o conteúdo programático e a práxis do PT.  Divirjo, no aspecto ideológico, da maioria dos pontos de enfrentamento do partido. A sua idéia fixa de implantar o socialismo tendo como premissa básica a supremacia da sociedade civil sobre a sociedade política, associando a dominação política à dominação ideológica onde, no limite, o Estado seria o partido. 

E esta divergência só se dá justamente porque vivemos numa democracia com instituições sólidas que dão suporte a que se passe a limpo as relações promíscuas entre poder público, político e setor privado que agora se descobre, na Operação Lava-Jato, funcionava com todos os partidos. No Estado gramsciano (uma das categorias de pensamento petista) isto não seria permitido. O partido decidiria se teria investigação ou não, culpados ou inocentes.

Agora permitir erros deliberados na condução desse processo é um desvio do sistema. Defendê-los, pior ainda. Vejam esta questão da delação do sócio da OAS, Leo Pinheiro que veio a público ontem. Na mesma semana em que o juiz que comanda a operação fez uma condenação (inominável até nos termos em que se pronunciou, como uma vendita) sem direito a defesa a Lula: teria que participar da audiencia das 87 testemunhas que indicou. Uma barbárie judicial, como qualquer operador do direito sabe. Primeiro porque o próprio juiz poderia reduzir o número de testemunhas e segundo porque Lula não é obrigado a participar das audiências.

E agora, na delaçao sob seu comando, o diretor da OAS diz que o apartamento triplex de Guarujá pertencia a Lula (como parte de comissões/propina).Foi flagrado com a informação oficial – documentos apresentados na própria audiência com o juiz Sérgio Moro -  de que o mesmo imóvel a empresa teria, no entanto, declarado como seu patrimônio, listando-o na relação que apresentou no pedido de recuperação judicial em janeiro deste ano.

Mais: teria listado o imóvel como seu patrimônio para lançamento de debêntures. Ora, como é que numa delação (instrumento jurídico do Estado brasileiro) as declarações do empresário teriam valor se refutadas por documentos do próprio Estado brasileiro?

O empresário teria dito mais: o ex-presidente Lula, do PT, teria pedido-lhe para desaparecer com documentos (provas). Outra acusação grave que pode estar contaminada pela própria mecânica que levou o diretor da OAS à contradição sobre o triplex.

A indagação consequente é: quantas contradições e inverdades estariam presentes nas delações em curso (e já feitas) - em avaliação ou aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal - provocando condenações antecipadas, apenas por sustentadas em “confissões”  de acusados presos de cujas informações dependem para deixar as grades. E lá colocar outros em seus lugares, numa execração pública consentida.

O ponto é seguinte: há muita roubalheira sendo descoberta, não só do PT. Collor, FHC, Lula, Dilma, Temer. Ontem, por exemplo, o diretor da OAS – na delação liberada – teria informado que a comissão do PMDB negociada com Temer (então vice-presidente) era de 4% e do PT, que tinha o presidente, de 1%.

Tudo ainda a ser investigado, mas que já se dá como certo em função da magnitude do esquema que se tem descoberto no país.

 

 

 

 

 

 

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