O PSD fez circular na tarde de ontem uma nota sobre artigo deste blog também publicado no domingo (leia a nota aí do lado e o post anterior). Uma nota de 13 linhas e 767 caracteres que mais parece a transcrição de uma fala pela semântica e concordâncias empregadas. Uma hora é o PSD, noutras é o grupo (nós). O grupo (de cinco partidos) plasmado numa só legenda. O PSD, pelo visto, estaria representando os demais. Normal. Vá, lá.

O artigo (como qualquer um de mediana inteligência ou leitura percebe) não traz notícia alguma. Apenas elabora um raciocínio (racional e direto) acerca das movimentações do grupo da senadora Kátia Abreu (o PSD incluso) que já são divulgadas há pelo menos dez dias. Sem a refutação do mesmo grupo.

Aliás, informações que se entende repassadas a jornalistas (praticamente todos os portais as divulgaram) por pessoas que participam (ou participaram) das próprias reuniões. Risco que o grupo (e qualquer político) corre ao conversar com muitas pessoas ao mesmo tempo, em lugar aberto, sem qualquer privacidade, como se alianças de tal dimensão, com interesses não raro conflitantes, se pudesse fazer de público.

Ou seja: termina a notícia da reunião (com divulgações antecedentes do próprio grupo) apresentando-se com mais finalidade que os próprios resultados dela esperados. Como foi o caso das reuniões convocadas pelo mesmo grupo na semana passada. Um fiasco anunciado com antecedência. Neste caso, não estariam fazendo política pela imprensa.

O núcleo do raciocínio do artigo é a movimentação para dar a vaga de Senador na chapa de Carlos Amastha, ao deputado Irajá Abreu, presidente do partido. O parlamentar (segundo mandato) é um líder em ascensão da nova geração. Mas é um equívoco político fenomenal a pretensão, diante da massa crítica dos eleitores do Estado. Informações já veiculadas por praticamente todos os portais há mais de semana. E só agora negadas pelo PSD.

Mas percebam que na nota o PSD não nega a situação. Poderia dizer assim: o PSD não impôs condição a Amastha e nem pediu vaga de senador para Irajá Abreu. Ou: o deputado federal Irajá Abreu não é candidato ao Senado!! E pronto!!!! Preferiu tergiversar e utilizar como argumento a informação de que Amastha teria reunido com o partido apenas uma vez, a seu próprio pedido, na residência da senadora Kátia Abreu, quando o ex-prefeito teria apenas solicitado apoio a uma chapa majoritária já definida e apresentada por ele (Amastha). E, claro, criticar o blog por não ter ouvido “a outra parte”. Corolário: opinião agora tem que ter a opinião contrária dentro dela. Um espanto!!!!

Um diálogo de malucos: um candidato ao governo (21% dos votos) vai à residência de outro candidato ao governo (15% dos votos) – também potencial candidata ao governo – com a chapa montada pedir apoio!!!! Em troca de que imaginava, não apenas ser recebido, mas capaz de apresentar-se com tanta licenciosidade? Um atentado à lógica e à razão, ainda mais com o histórico de divergências e adversidades entre ambos. E por que motivos o mesmo grupo o convidaria para duas reuniões na semana passada, mesmo sabendo que ele já estaria com a chapa montada? Ora, me ajudem aí!!!!!

O contrário também é plausível: se Amastha quisesse apenas esse apoio franciscano (e o grupo o tivesse concedido ou pelo menos o escutado), por que motivos não teria participado das duas reuniões (numa mesma semana) provocadas pelo próprio grupo do PSD é uma incógnita. No popular (é fato) Amastha teria interesse no apoio do grupo e aceitaria Osires Damaso. Situação de conhecimento de todos os integrantes dos dois grupos.

Não há portas fechadas para a informação. Ambos os grupos tem desavenças internas, impulsionadoras de “offs”. E notícia é o que não se quer divulgar, ao contrário da nota do PSD. O resto é publicidade. Não há espaço mais hoje para os cadeados que impunham o velho PSD que dava sustentação ao ditador Getúlio Vargas. O PSD de hoje tem que lidar com a liberdade de expressão. Até mesmo quando o contrarie como já é percebível em  outra movimentação do grupo com a mesma finalidade: agora junto ao grupo palaciano.

E percebam: o direito do PSD de conversar sobre vagas na majoritária com qualquer grupo e colocar o nome do deputado como o indicado é inalienável. Ele pode fazer o que der na telha, estamos numa democracia, assim como Amastha ou Mauro Carlesse podem aceitar ou não. Como é inalienável o direito de qualquer um entender a decisão um equívoco por representar um primitivo exercício de familiocracia com a coisa pública.  Ainda que muitos vejam mandatos como propriedade privada, eles não o são.

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