Há rumores (e humores) de que o secretário de Governo da prefeitura de Palmas, suplente de deputado federal Junior Coimbra, possa assumir mandato na Câmara dos Deputados. O governo traria a deputada federal Dulce Miranda (esposa do Governador) para a Secretaria de Trabalho e Assistência Social.

Uma pasta que tem um orçamento de R$ 29,3 milhões para 2017, que empenhou até agosto R$ 20,2 milhões e liquidou apenas R$ 19 milhões. Destes, R$ 17,4 milhões com pessoal. Dos R$ 14,2 milhões que efetivamente pagou até aqui, R$ 12,8 milhões (90%) foi com funcionários. Sobraram 10% para os pobres, sua finalidade.  Ou seja, um cabidão de empregos quando teria como finalidade prestar assistência a carentes.

Mas não é o ponto. A informação é amplificada pelo Palácio por pura lógica porque interessaria, certamente, menos ao Paço Municipal que à Praça dos Girassóis disseminar perdas nos dias em que o PSB, partido do prefeito (em campanha a governador), sofre uma debandada de seis executivos municipais para o PSDB.

É entretanto uma informação controversa considerados seus desdobramentos. Junior Coimbra é, atualmente, o intermediário entre Carlos Amastha e as lideranças do interior do Estado. Como presidente do PMDB regional passou a raso o PMDB de Marcelo Miranda, Derval de Paiva, Josi Nunes e cia que somente emergiram após a entrada da senadora Kátia Abreu no partido. Decisiva no convencimento político e jurídico da intervenção no partido pela Executiva nacional.  Sem isto, esse PMDB aí estaria do mesmo jeito e Marcelo sequer seria candidato. Junior Coimbra dominava o PMDB.

Coimbra pode até largar a secretaria de Amastha pelo cargo de deputado federal. Mas é implausível que o faça deixando, também, a campanha do prefeito. Sem prejuízo do raciocínio de que a mexida pudesse representar um distensionamento entre Amastha e Marcelo no jogo eleitoral, com abertura de conversações sobre a majoritária. Com maior interesse, lógico, do Palácio dada a situação das contas governamentais e a letargia palaciana.

E aí o problema: ao colocar Dulce na Secretaria de Trabalho e Ação Social, o governo pode testar a viabilidade de uma candidatura de Dulce Miranda ao governo (ou outro cargo majoritário) resguardando-se de eventuais problemas jurídicos de uma candidatura Marcelo (há processos no STJ). Com a mesma mexida em que subtrai um dos  principais coordenadores da pré-campanha de Amastha. Ou até mesmo de Marcelo disputar Senado ou governo, com Amastha e Dulce na chapa majoritária bastando que o Governador renuncie seis meses antes da eleição. Governo e Senado na mesma família não é indicado em política, mas é legal. Mas Amastha também quer o governo.

É muita negociação para ser feita, muita vontade para ser contemplada e poucos cargos à disposição. Sem falar que uma aliança dessas poderia misturar Amastha (que tem feito uma boa administração na cidade) com Marcelo que, certamente, pelo desempenho, cuja administração é desaprovada por 64% dos eleitores (pesquisa Ibope/Acipa) e em que 47% da população veem sua administração com ruim/péssima, não seria o que se pudesse considerar como um ativo eleitoral. Quadro que, pela execução orçamentária do Estado, considerado de difícil reversão até 2018.

De outro modo: pode até ser que se materialize essa plantação, mas é implausível e controversa uma mexida dessas, amplificada por governistas por motivos óbvios: discórdia, divisão, subtração sob argumento de soma. Como se o negativo somasse positivo e não soma negativa, até aqui. Isto a partir deste quadro que se mostra aparente. Mas política é imprevisível. 

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