Depois da divulgação daquelas conversas telefônicas em que políticos e secretários do Estado foram flagrados em relações mundanas e profanas com o doleiro Fayed Traboulsi (em cujos fundos o Igeprev aplicou R$ 364 milhões) – e da revelação do conteúdo de uma caderneta com divisão de propina a políticos do Estado – o caldo parece engrossar para o governo anterior.  

Como informa a Folha de São Paulo de hoje, Alberto Youssef (outro doleiro) – onde o Igeprev investiu e perdeu R$ 12 milhões numa agência de viagens -  declarou que o ex-presidente do Igeprev, nomeado por Siqueira Campos, Gustavo Furtado Silbernagel, teria pedido-lhe uma comissão de R$ 3 milhões para autorizar, por parte do Igeprev,  a compra de debêntures de uma empresa do doleiro. É uma acusação, como se nota, gravíssima. Gustavo não tinha autonomia para vôo solo de um governo centralizador. Silbernagel presidiu o órgão de junho de 2011 a julho de 2012.

Youssef afirmou à  Justiça que entregou R$ 1,5 milhão em dinheiro vivo!!! Ainda segundo o doleiro, Gustavo teria prometido investir R$ 30 milhões desde que houvesse  uma contrapartida de 10% em comissão.  Youssef pagou, mas o Igeprev só teria aplicado R$ 10 milhões. O doleiro disse que viajou ao Tocantins para cobrar o restante,  mas já tinha mudado de presidente. Talvez por isso, seja de conhecimento nos bastidores políticos as ameaças que um secretário de Estado sofria de um doleiro que teria, inclusive, gravado (imagens e áudio) de reuniões.

Na verdade, a aplicação foi prometida no fundo Máxima. Ali, o Igeprev aplicou cerca de R$ 13 milhões, com prazo de resgate de 7 anos (3 anos de investimento), com taxa de performance de 20%. A informação dada por Youssef na delação premiada da Operação Lava Jato deve ser, pela lógica processual,  compartilhada com o Tribunal Regional Federal onde tramita o processo
0042276-27.2013.4.01.0000 sob o juízo do desembargador Cândido Ribeiro. O inquérito foi presidido pela delegada federal Andreia Pinho.


Óbvio que é questão de tempo para o ex-presidente do Igeprev ser arrolado no processo. E diante de denúncia tão grave, certamente terá a oportunidade de se defender.  Inclusive de esclarecer se agiu sob seu próprio comando ou de seus superiores. Evidentemente que o governo Siqueira Campos tinha conhecimento dos problemas. Um dos ex-presidentes do Instituto chegou a encaminhar documento ao governo detalhando os problemas e apontando medidas para solucioná-los. Dentre elas, estava a contratação de uma auditoria e a centralização das aplicações na Caixa e no Banco do Brasil.

O governo, entretanto, parecia mirar em outro ponto. Nas suas movimentações internas, preocupava-se com os desdobramentos mais que com os prejuízos (ou desvios). Preocupava-se o governo (como demonstram memorandos internos) com a “responsabilidade do atual presidente (naquela época) com os atos dos gestores anteriores. Outra preocupação era como mandar o diretor de investimentos (Edson Santana) embora e assegurar que ele continuasse responsável por todos os investimentos temerários feitos até aquele momento. Tinha preocupação até mesmo com os prós e contras de uma reunião com a Polícia Federal.

Ou seja, o governo queria que Edson Santana Matos continuasse responsável pelos investimentos temerários. Não podia representar uma preocupação republicana.

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