A inteligência e a polícia científica do Estado certamente podem já ter pistas do que aconteceu com o prefeito de Miracema, Moisés da Sercon, encontrado morto na quinta. E já ter evidências (e o endereço) do autor do delito.

Haveria pouco espaço de manobra, tanto de tempo como de lugar, horários e deslocamentos. E com isto, evidentemente, tem-se reduzidos mapa e território de investigação.

Sem falar nas imagens de câmeras, mensagens e ligações de celular que uma simples quebra de sigilo mostrará o que poderia ameaçar o prefeito num prazo de menos de duas horas entre sua última aparição pública e o encontro do corpo a poucos quilômetros dali.

Ainda que como todo assassinato, deplorável, as circunstancias apontam, entretanto, um homicídio comum, impulsionado por motivações passionais. Fora outra a intenção, haveria diferentes evidências, como o roubo da camionete, por exemplo.

Podem ter levado o celular para apagar mensagens e a carteira para dificultar reconhecimento de uma pessoa bastante conhecida na região do fato. Ou seja, um criminoso passional, ocasional, pouco inteligente e primário, dado o conhecimento, por parte da polícia, de técnicas para recuperar mensagens e conversas telefônicas.

Há raciocínios tentando dar ao crime conotação política quando tudo indica não sê-lo. Na tese, um golpe contra a democracia, mesmo que todo crime se constituísse num atentado ao estado democrático de direito pela própria violação dos princípios legais.

Das teses, talvez a mais implausível seja a do suicídio que a polícia, é provável, a amplifique para não atrapalhar as investigações e dar ao criminoso a impressão de que teria cometido o crime perfeito. Uma bobagem. Uma pessoa que quer se matar não vai para o meio do mato, deixa o volante do carro, passa para o banco de trás (como informou a Polícia) e, deitado, dispara um tiro na própria cabeça.

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