O deputado Irajá Abreu parece ainda não ter entendido a resistência à sua candidatura ao Senado. O bom-senso indicaria que ela fosse sequer passível de discussão por tão imprópria e provocativa, não só dos princípios republicanos. Uma leitura sobre o positivismo de Augusto Comte ou de Benjamin Constant (o francês) poderia auxiliá-lo. Ainda é muito jovem, tem tempo para os ler, entender e, por consequência, compreender o que há de inconsistência na sua vontade. Ainda que lhe seja um direito.

São esses princípios republicanos positivistas (que deram fundamento à Constituição e à República brasileira) é que opõem muros à sua pretensão. E não os políticos ou mandatários circunstanciais que lhe são contemporaneos.

Não fora assim, os brasileiros ainda hoje seriam colonizados de que portugueses, ingleses, franceses e holandeses seriam os colonizadores. Estaríamos à mercê dos coronéis plantadores de cana-de-açúcar e café. Os tais barões do final do século XIX e primeira metade do século XX.

Evidente que é uma situação inusitada um Estado ter no Senado dois senadores de uma mesma família (mãe e filho). No país, são três senadores por Unidade Federativa. Não só empregos, seria o dobro de recursos de emendas parlamentares e duas vezes o de emendas de bancada num único grupo familiar. É ilegal? Seguramente não há proibição legal, mas impedimentos morais e éticos. Até mesmo de representação e representatividade.

A democracia é um estado plural. Veio para substituir o coronelismo nefasto. Irajá tem serviço prestado ao Estado, é um deputado novo e em ascensão. Mas isto não sobrepõe-se à questão principial.  É bem provável que os eleitores do Estado, ainda que o respeitem, não o acompanharão na empreitada.

Pragmaticamente, a decisão termina por dividir seu próprio grupo. O ex-prefeito Raul Filho (que é do mesmo PSD) já cobra reciprocidade pelo apoio à Senadora na Suplementar. Acha-se credor do direito de disputar o Senado. Outro, Osires Damaso, que deixou sua candidatura para também apoiar Kátia Abreu, não está confortável na resistência do grupo ao seu nome para uma das vagas de senador na chapa de Carlos Amastha.

De outro modo: a insistência e defesa de Irajá Abreu de sua candidatura ao Senado dividiu o grupo e o tem exposto como protagonista de um mandonismo antirrepublicano. No popular: um coronelzinho iletrado sobre como se deu a democracia brasileira. E isto não tem nada a ver com o grande trabalho que tanto ele como a senadora Kátia Abreu tem prestado ao Estado. Ou com a relação filial e maternal entre os dois. Tem a ver com a coisa pública.

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