A CPI da Câmara micou. A vergonhosa conduta do presidente e relator cumpriu seu papel: enterrar a investigação da companhia que cobra uma das maiores tarifas de água e esgoto do país no Estado. E ainda contar com Imposto de Renda reduzido em 75% por encontrar-se na região da Sudam.

Pode ficar pior? Pode!! No relatório de 2023 (aprovado pelo Conselho de Administração da BRK em 13 de março de  2024) a empresa trabalha com a concessão até 2049 (“dependendo do contrato”).

A de Palmas, até agora, vai até 2032. Para bom entendedor o Conselho de Administração da empresa trabalha com outro aditivo no horizonte. Mas sabe como é empresário, não é mesmo!

Como que cuspindo na desfaçatez do relator e presidente da CPI, as reclamações (processos possíveis) contra a empresa na BRK Saneatins já são 117 mil e 377.

Isto representa 29% dos 406 mil processos da BRK em todo o país. São processos ambientais, cíveis, trabalhistas e tributários. Os números estão lá no Relatório aprovado pelo Conselho em março último.

Deveria despertar suas vergonhas o fato dessa quantidade de processos representar mais que o dobro do que a empresa contabiliza em seu relatório (publicado em março de 2024)existir na Região Metropolitana de Recife.

Lá são 50 mil processos. Uma população de 4 milhões de habitantes. Contra o meio milhão de pessoas das 47 cidades do Tocantins e 9 do Pará atendidas pela empresa que registra aqueles  117 mil reclamações na Justiça.

A relação que emerge dos números permite concluir que não fosse sugestivo de normalidade a situação da empresa no Estado. E que atraisse amabilidades e espaço para platitudes parlamentares.

Só faltaram resenhar o empate do Palmeiras com o Flamengo no Allianz Parque no dia anterior (domingo) na capital paulista onde bate ponto o CEO da empresa.

Uma desconexão total com o morador da cidade que, se deixar a torneira fechada, ainda assim paga R$ 72,00 por mês de consumo minimo. Ou seja, a empresa ganha esses R$ 72,00 sem  qualquer custo, sem vender água ou coletar esgoto. Uma mais valia.

O CEO ontem disse que não sabia o faturamento da empresa no Estado. Deveria ser demitido afinal um CEO que não sabe o quando sua empresa fatura.

E numa CPI para a qual fora convocado com duas semanas de antecedência o mínimo que o obrigava era ter os números. Apenas mais um desrespeito à população palmense.

No relatório publicado em março deste ano a BRK apresenta um lucro (!) de R$ 1,5 bilhões em 2023. Suas receitas de serviços foram de R$ 11,365 bilhões e os custos R$ 9,845 bilhões. Seu ativo subiu de R$ 15,7 bilhões (2022) para R$ 18,1 bilhões (2023).

Mas o CEO disse não saber o quanto faturou uma de suas controladas. Apesar de informações públicas como a de que a BRK Ambiental (que eles ainda colocam Saneatins quando é totalmente privada) possuir o benefício de redução do imposto de renda e adicionais não restituíveis em 75% da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia – SUDAM para o período 2022 a 2031.

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Ponto Cartesiano

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