A política, não raro, é feita pela imprensa. Os políticos quando querem elevar um aliado ou derrubá-lo basta plantar um off num jornalista e pronto. Uns fazem a ligação, buscam coerência, racionalidade, outros contentam-se com o off. Para o leitor, entretanto, tudo é on.

Já se amplifica que o ex-prefeito Carlos Amastha (PSB) estaria ameaçando a deputada Luana Ribeiro (PSDB) – presidente do Legislativo estadual – de não conceder-lhe vaga na chapa PSB/PSDB/PR que disputará o governo. Motivo: Luana é aliada de Mauro Carlesse. A orientação atingiria também o deputado Olintho Neto. Ambos com direito a candidatura nata. Ataides de Oliveira garantiu as candidaturas dos dois, mas a insegurança já havia sido introduzida e com ela areas de conflito.

Tivesse fundo de verdade, Amastha já teria sido mais inteligente quando colocou Cíntia Ribeiro (PSDB) como vice e plantou Folha Filho, então presidente da Câmara de Vereadores, dentro do PSD. Cargos que, pela força política, teriam capacidade de dividir tais partidos ou pelo menos imprimir cizânia. Ou ainda: estar a par das estratégias adversárias.

Estrategicamente, deixar vazar que tomaria uma decisão de competência exclusiva do aliado, Ataídes de Oliveira – presidente regional do PSDB – estaria tomando do senador o comando do partido, numa interferência ilegítima e ilegal na legenda. O PSDB seria mais uma franja do ex-prefeito. Num momento em que tudo que Amastha menos precisa é de mais confusão.

Nesse mesmo PSDB, lá atras, Siqueira Campos tentou retirar Paulo Mourão do horário de propaganda do partido alegando questoes semelhantes. O Tribunal Eleitoral, que era amarrado ao ex-governador, baixou a cabeça. Mourão conseguiu reverter a situação no TSE - que tratou como absurda a decisão siqueirista e do TRE - já no final da campanha. Hoje os tempos são outros.

Na prática, entretanto, não é bem assim. A chapa majoritária não se confunde com a proporcional e o PSDB já teria perdido prazo para publicar resolução acerca do assunto que obrigasse seus candidatos a apoiarem um ou outro. Luana Ribeiro, independente do partido (a não ser que seja expulsa) possui o direito da candidatura nata. A convenção do PSDB é que a homologará. Não há justificativas legais para não fazê-lo.

Ela não pode, evidentemente, estar no horário e peças de propaganda de Carlesse (sem coligação proporcional) - tem direito entretanto aos programas e fundo partidário do PSDB -, mas nada a impede de pedir votos para o governador da forma que achar conveniente. Aliás, muito corriqueiro no Estado. O ex-deputado Junior Coimbra, por exemplo, foi candidato a federal pelo MDB, mas pediu votos para Sandoval Cardoso contra seu então adversário, Marcelo Miranda em 2014. Os deputados César Hallun, Paulo Roberto, Angelo Agnolim e outros pediram votos para Carlos Gaguim (MDB) quando seus partidos estavam no palanque de Siqueira Campos em 2010.

Mais ainda a dar fundamento a Luana Ribeiro: o Democratas (que está com Mauro Carlesse) é aliado nacionalmente ao PSDB que está em oposição ao PSB, de Carlos Amastha. De outro modo: no PSDB e com Carlesse, a deputada não estaria ideológica e eleitoralmente fora do eixo. O PSDB é que sim!!! Mas isto é outra história. Daí a inoportunidade da colocação atribuída a Amastha por seus tributários (pré-candidatos a deputado) para fritar a deputada Luana Ribeiro, ameaçando-a com a não candidatura.

Deixe seu comentário:

Dando continuidade às vistorias nas unidades de saúde pública de Palmas, nesta quarta-feira, 19, promotores de Justiça e servidores do Ministério Público do Tocantins, aco...

As unidades do Judiciário de Araguaína estão em fase de mudança para o novo Fórum da cidade, mas algumas já iniciaram suas atividades. A Vara de Violência Doméstica, o Jui...

O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, finalizou mais um curso para os funcionários da fazenda Dois Rios em Lagoa da confusão. Dessa vez a instrutora do SENAR Adeuma Bo...