O vereador Marilon Barbosa (ainda no PSB) – eleito presidente do Legislativo municipal - anunciou ontem que vai levar adiante a Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar as aplicações de R$ 50 milhões feitas pelo Previpalmas (na gestão Carlos Amastha) em aplicações irregulares em fundos podres. Uma notícia alvissareira.
É uma CPI que foi engavetada, desde o ano passado, pelo ex-presidente da Câmara, José do Lago Folha Filho por motivos óbvios. Soube-se, ainda ontem, entretanto, para afastar de vez o sentido político de sua eleição, que a primeira visita oficial foi ao governador interino Mauro Carlesse, cujo vice-governador eleito, Wanderlei Barbosa, é seu irmão e desde sempre candidato a prefeito de Palmas. Com fotos espalhadas pelas redes sociais e portais.
A unanimidade dos vereadores em torno de Marilon (não que não seja um político sério e sereno), como se nota, é uma unanimidade também em favor de Wanderlei e Carlesse, oposta a Cíntia Ribeiro e Carlos Amastha.
Os vereadores veem, assim, tanto do ponto de vista político como financeiro, mais vantagens no grupo palaciano. Ainda que sujeitos ao acaso dada a necessidade que Carlesse tem de manter-se no cargo nas eleições de outubro.
O pêndulo disso aí é grana. Muitos vereadores pretendem disputar o Legislativo estadual e outros já buscam estrutura financeira para suas reeleições daqui a dois anos. Justamente o período de mandato de Marilon na presidência da Câmara e quando Carlesse tentará ocupar a prefeitura, com Wanderlei, fortalecendo projetos futuros, um grupo. E Cíntia pode candidatar-se à reeleição.
No grupo de Amastha, os vereadores, ademais, teriam que negociar com dois senhores: com o próprio ex-prefeito (que não pode ir à reeleição mas é candidato ao governo) e com a prefeita Cíntia Ribeiro que busca também fazer o seu grupo. Mas como é do grupo de Amastha, tem-se um território, a priori, dividido. Correspondendo, portanto, à divisão de esforços, recursos e de demandas.
