Caros, não poderia deixar de passar em branco as entrevistas dos presidenciáveis. A Globo (a maior emissora de televisão do país) que, ao contrário de muitos, vejo-a como democrática (ainda que privada, contrário dos EUA onde as emissoras  tem partidos e ideologias) desmontou outra mentira de Jair Bolsonaro: mais de 95% do faturamento da emissora viria da iniciativa privada, contrariamente ao insinuado pelo candidato na noite anterior.

A Globo também já tinha repetido o posicionamento da emissora sobre o golpe de 64. Qualquer um aí que tenha conhecimento de leitura e um pouco de história (além das redes sociais) teve acesso há muito sobre o pedido de desculpas da Globo. Aliás, num primeiro momento, o país todo (fora João Goulart, comunistas e os movimentos sociais de sem-terra pela reforma agrária) foram a favor golpe (quem não se lembra ou ainda não leu sobre a Marcha da Família com Deus pela Liberdade?).

Até a igreja que, durante a ditadura, representou um dos baluartes (junto com a OAB) no enfrentamento das violências militares. Os militares deram o golpe com um pretexto democrático mas decidiram não entregar de volta o governo aos civis. E aí implantaram a ditadura. Nada muito diferente do que parece pretender Jair Bolsonaro e seus seguidores.

Geraldo Alkmin não conseguiu na noite de ontem dissipar (ou contrapor) as contradições do PSDB que cobra punição aos envolvidos na Operação Lava-Jato, mas alivia para os tucanos como Aécio Neves ou Eduardo Azeredo. E o que dizer das acusações ao seu diretor de obras a quem o ex-governador paulista defendeu com ardor inaudito.

Ainda assim o vejo como um mal menor que a tirania exposta no discurso de Jair Bolsonaro. Isto porque nas democracias, a Justiça (com sentenças) e o eleitor (no voto) cuida de repará-los nas suas deficiências.

Dos três que já se apresentaram, avalio Ciro Gomes o melhor preparado para administrar o país, desde que dominado seu instinto desagregador (e verborrágico) que, ainda assim, nem de longe se compararia a um candidato que defende uma intervenção militar num governo civil. E que vê a mulher como de segunda linha.

Observar parcela da população brasileira seguir um porco-chauvinista extremo, mentiroso, que viu nos 30 anos de ditadura militar (e dele participou) exercício democrático, com os porões da ditadura matando adversários, mandando bombas para a OAB pelos Correios ou explodindo-as em meio a multidões em concentrações públicas, é um escárnio. E pior: defender sua volta para “consertar” o país!!!

Não imaginei que teria a oportunidade de ver parte de um país alinhar-se em pleno século XXI a um candidato a presidente de discurso homofóbico, reacionário e defensor de matança nas cidades a pretexto de combate à violência e a bandidos. Um candidato que quer ser o novo tendo com profissão há 27 anos a atividade parlamentar, que ganha salário moradia (mesmo tendo imóvel próprio) e acusado de fazer uso de laranjas com dinheiro público.

Quando esta população acordar para o abismo em que se pode estar empurrando o país, poderá ser tarde. Intuo que grande parte dos eleitores de Bolsonaro não conheceram (ou vivenciaram) o regime militar de força. Acho que imaginam que um governo militar de Bolsonaro (ou de qualquer outro milico) será regido por regras democráticas onde a população continuaria comandando o seu destino e da nação por meio de seus representantes no Executivo, Legislativo e Judiciário.

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