Enquanto a messalina (!!!!!) do chevette branco da praça cívica
(ops!!, onde gira o sol) como escrevia o companheiro colunista goiano Carlos
Alberto Menezes (que a terra lhes esteja
sendo leve) no O Estado de Goiás (do
amigo Nelsinho Rafhaldini) lá na década 80, segue ainda afetada pelas
intimidades reais ou intentadas, na
defesa (remunerada) de que prestador de serviço público só tem duas opções para
justificar a quantidade de sal a que tem direito (salário vem daí, viu !!!!) :
calar-se ou defender, em cargas horárias diuturnas (acima da carga horária de
sua obrigação contratual), governos nas
suas roubalheiras (uma inversão ética abissal por contrariar as obrigações... públicas) sigo
com o compromisso diário (e notívago, posto dedicar-me a escrever nas
madrugadas) com meus leitores deixando que
mentes por aí se entristeçam ao imaginar suas impotências para
contraditar os contrários. De difícil reflexão, reconheço, seria demais imaginar uma leitura da Ética, de Spinoza, para que possam entender já que a maior resistência da
ignorância se dá no muro de arrimo que ergue contra o conhecimento, amplificando a alienação na torpeza do ódio..
No plano real, ontem, quinta-feira, o Diário da Justiça publicou decisão do ministro STF, Marco Aurélio, determinando o desmembramento do inquérito 3784, que deu entrada naquele
Supremo no dia 8 de outubro de 2013. O inquérito é do Tribunal Regional
Federal, de autoria do Ministério Público Federal. Envolve os deputados
federais Eduardo Gomes (SDD/TO), Waldir Maranhão (PP/MA), Taumaturgo Lima
Cordeiro (PT/AC) e Fernando Torres (PSD/BA).
O inquérito diz respeito às investigações da Operação Miquéias, aquela do doleiro Fayed Trabolusi, com ramificações no Igeprev onde já são confirmados (pelo próprio governo) prejuízos de R$ 298 milhões, que podem chegar a meio bilhão de reais, conforme o Ministério da Previdência Social.
No inquérito consta o nome do deputado Eduardo Gomes e do ex-presidente do Igeprev, Rogério Villas Boas. E também de um professor, tido nos bastidores políticos como sendo o ex-superintendente do Igeprev (responsavel operacional pelas aplicações, conforme as atas do Conselho de Administração), Edson Santana. Nas gravações, como foi divulgado, cita-se, ainda, o nome de Siqueira Campos (não se identifica qual), que teria convidado um dos acusados para uma inauguração no Estado. São gravações telefônicas autorizadas pela Justiça Federal.
Só nos fundos administrados pelo doleiro investigado pela
Policia Federal, o Igeprev aplicou R$ 271 milhões, perto de 10% de todo o seu patrimônio. São elas: R$ 12.176.618,24, R$
30.960.657,33, R$ 73.930.214,04 e R$ 154.407.291,74, conforme auditoria do
Ministério da Previdência Social. Nenhum servidor público ou cidadão tem o direito de calar-se sobre isso. É mais que uma obrigação indignar-se, na verdade. É um dever.
Com o desmembramento, os deputados
responderão processos no STF. O ministro Marco Aurélio não autorizou o pedido
dos advogados de manter apenas as iniciais dos acusados nos processos, que é um
indício do ânimo da Corte. Escreveu o ministro do STF: "Nada. absolutamente nada, justifica lançar, na autuação do inquérito, apenas as iniciais dos envolvidos. O princípio da publicidade é básico em se tratando da Administração Pública."
Agora, aqueles que não são deputados, serão julgados
pelos tribunais comuns. Com isto, claro, dá-se agilidade aos processos no caso
daqueles que não têm mandato. E ai, começam-se as investigações no andar de
baixo, de quem realmente teria autorizado as aplicações irregulares e ilegais, a
análises dos telefonemas gravados com autorização judicial, as checagens dos
aviõeszinhos descendo em Palmas, enfim, o rastro do dinheiro. Melhor: para onde
foi o dinheiro já que de onde saíu é
conhecido pelo buraco que deixou. E que por aqui pode dar um prejuízo de R$ 500
milhões aos aposentados, rebaixando a sua segurança, garantida há dois anos a
2.084 para 2019, quando o governo, conforme o MPS, terá que apor recursos
públicos para manter o pagamento das aposentadorias e pensões.
A situação no Brasil não difere, pelo visto, do que escreveu Padre Vieira a Dom João IV: Está-se roubando em todos os modos e
tempos:no indicativo, imperativo, mandativo,optativo, conjuntivo, potencial,
permissivo e infinitivo. Não lhes
escapam os imperfeitos, perfeitos, plusquam perfeitos e quaisquer outros,
porque furtam, furtaram, furtavam, furtariam e haveriam de furtar mais e
houvesse. O Igeprev, ao que parece, é só um microcosmo de um rombo de mais de R$ 80 bilhões nos fundos privados de previdência no País. Ainda que numa régua proporcional escandalosamente alta.