Política tem uns negócios interessantes. É do jogo políticos plantarem notas de seu interesse em jornais e portais. Cabe ao jornalista, lógico, apurar ou mesmo buscar na memória fatos anteriores para que se entenda o que se passa.

A pauta do dia no Estado é uma possível saída da senadora Kátia Abreu do Ministério da Agricultura. No Tocantins, a pauta é impulsionada pelo PMDB de Marcelo Miranda.

Os mirandistas enxergam, pelo visto, numa suposta saída da Ministra do governo federal uma vitória. Neste pathos, especulação se transforma em instrumento, no ideado, versões viram fatos. Tudo por um protagonismo que os marqueteiros (e os tais autênticos) colocaram na cabeça de Marcelo Miranda ser possível alcançar com suas qualidades.

Ora, Marcelo, não fora Kátia, sequer seria candidato. Tanto por força da Justiça como pela fragilidade partidária. Prova disso é que o seu então desafeto no PMDB, Junior Coimbra, teve praticamente a unanimidade dos delegados do partido na convenção. Se houve alterações nas comissões, Marcelo também as fez no seu governo. De outro modo: Marcelo não tinha voto dos convencionais (maioria partidária) para ser o candidato da legenda. E os problemas jurídicos? Quem os enfrentou? E as despesas de campanha?

Os peemedebistas disseminam que Kátia Abreu estaria querendo sair do governo federal em função da crise política. Que coisa, heim!!! O PMDB tem convenção nacional marcada este mês para decidir se sai do governo (tem sete ministros e o vice-presidente) e Kátia Abreu, que é apenas mais um do PMDB, estaria (na lógica bucéfala) querendo abandonar o barco.

Ora, Kátia há mais de semana se ocupava da saúde do pai que faleceu na quinta. Só volta a Brasilia, como informado, na segunda. Mesmo assim, proliferam os boatos que são amplificados por aqui com a pitada dos "autênticos", sem importarem-se com a razão e a lógica: Kátia estaria demissionária.

Ainda que seja interlocutora diária da presidente da República e que se saiba que são amigas, o que sugere que tenham afinidades e liberdades para dizerem sim ou revelarem um não sem que isto represente algo mais. A própria relação de uma esquerdista com uma representante da livre iniciativa já seria  uma avanço civilizatório. Mas prefere-se o uso da escuridão das trevas ideológicas por interesses pessoaise partidários.

E pior. Na tese, o PMDB pode deixar o governo segundo uma moral própria, inadmissível à Ministra que, forçada pelo partido – numa suposta decisão de desembarque – a também deixar a administração, teria que ficar no cargo, para dar validade à própria decisão, já que o valor de face da lógica dos autênticos do PMDB do Tocantins está ligado (eles não são muito chegados a pensar) a que existam os embarcados que ali permaneçam.

Por isto a torcida (e até provocação) para que a Ministra não siga uma possível decisão partidária fundada na moral que esgrimem. É necessário a Ministra contrariar o PMDB e ficar, para carregar o bem, ainda que se oponha aos pressupostos de saída considerados pelo partido, fundados no afastamento do mal. De outro modo: para Kátia ser do bem tem que ficar com o que eles entendem como mal!!! Entenderam???

Ou seja: os autênticos, capitaneados por Marcelo, num Estado falido e mal administrado, com pacientes morrendo nos corredores, devendo até o pipoqueiro da esquina e acusação de desvios de dinheiro público, seriam os protagonistas, num contexto onde a senadora é apresentada pela mídia nacional e internacional como a melhor ministra do governo do Brasil, como comprovam os numeros do agronegócio e a projeção da senadora no cenário internacional, identificado em perfis e reportagens dos principais jornais do planeta.

O governo, na verdade (como se abstrai da perda de recursos em Araguaína esta semana) está mesmo é mandando dinheiro federal para o ralo por falta de honrar compromissos de contrapartida e de inversão de prioridades. Muitos dos recursos captados pela Ministra e senadora Kátia Abreu.

Mas eles vêem numa suposta saída de Kátia Abreu do Ministério, por determinação do próprio partido, uma vitória, entenderam??? E não se ligam nem mesmo para inverdades, como é o fato disseminado (sem qualquer refutação ou registros  dos jornalistas) de que não seria a primeira vez que Kátia deixaria o governo Marcelo. Ilustram com o ano de 2009.

Uma inverdade, lógico, para não dizer vigarice. A senadora Kátia Abreu, como é público e notório, ficou com Marcelo Miranda e o PMDB até o final. Afastou-se de Carlos Gaguim, que sucedeu a Marcelo, depois, em função de divergências com a condução do processo sucessório, com a cooptação de parlamentares, com promessas de secretarias (como se deu) inclusive do partido da Senadora.

É cada uma!!!! Vamos pensar, gente!!!

 

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