Os marqueteiros de Mauro Carlesse se de um lado concederam-lhe, com sua estratégia, o cargo de governador até dezembro, por outro jogaram-no numa gelada. Aponto os marqueteiros porque há mais de ano são os verdadeiros formuladores políticos do governador. 

Os deputados Carlos Gaguim e Eduardo Siqueira entraram no projeto já na pré-campanha. Ambos, entretanto, aproveitando os acertos (mesmo que alguns sobejamente discutíveis pelos meios empregados) dentre os erros que os levaram a derrotas em 2010 (o primeiro) e 2014 (o Siqueira).

Por decisão da presidência do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Marco Villas Boas, o juiz Luiz Otávio começa amanhã em Palmas a processar depoimentos do processo que investiga o uso da máquina pública por Mauro Carlesse nas eleições suplementares. Investigação que, evidentemente, por descambar para apuração da origem dos recursos gastos na campanha. Por dentro e por fora.

A decisão do Tribunal quebra o que poderia ser a espinha dorsal da defesa de Carlesse: que as testemunhas fossem ouvidas em cada município, o que, evidentemente, atrasaria o processo. O Tribunal não quis conversa: determinou que todos fossem ouvidos na Capital por um juiz especificamente nomeado para tal.

Como apurou este blog,  o presidente do Tribunal quer celeridade no processo. Aliás, posicionamento já exposto pelo próprio Procurador Regional Eleitoral. Para Carlesse ser cassado (caso assim decida o TRE) há ainda o TSE. 

Pouco influenciará, portanto, nas eleições de outubro uma decisão contrária ao governador agora. Mas pode colocar Carlesse inelegível até 2027 dado o rosário de provas e circunstâncias já elencadas na investigação e apontadas pela defesa do principal adversário do Governador, senador Vicentinho Alves. E que certamente influenciarão no julgamento no TRE e TSE.

O Senador disse em conversa com este blog ontem que seu projeto, agora, é a candidatura ao Senado. Diz respeitar o resultado das urnas e que não irá arriscar seu mandato, aguardando uma decisão do Tribunal nem disputar novamente contra o que ele considera “um absurdo uso da coisa pública”.

Deve reunir amanhã na Capital algo próximo de 80 prefeitos que os apoiaram no segundo turno da eleição suplementar. Nas atuais circunstâncias, será difícil em 90 dias surgir um nome que lhe seja páreo. São duas as vagas a serem disputadas este ano. E o Senador, tudo indica, disputará numa chapa majoritária com o ex-prefeito Carlos Amastha como governador e que obteve no primeiro turno da suplementar 21% dos votos, contra 22% de Vicentinho. Ou seja, só aí o apoio de 43% dos eleitores que decidiram-se pelo voto, contra o não-voto.

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