Independente de governos, o Tocantins segue seu curso. Hoje, informa-se que nos próximos dias entra em atividade o trecho da Ferrovia Norte-Sul, de Anápolis a Palmas (855 km). Significa que já estarão interligados aos portos do Maranhão os estados de Goiás e Tocantins. Com algum esforço, chega-se ao DF/SP/MT/MS. Vai movimentar a economia regional, especialmente nos municípios produtores e naqueles onde se instalaram as plataformas multimodais, como Palmas, Gurupi e Colinas.

Adicionando a isto a hidrovia do Tocantins (com investimentos de R$ 2,2 bilhões) já em andamento, o Estado pode apresentar um novo ciclo de crescimento, agora mais duradouro por fundado na iniciativa privada, tendo como lastro a produção.

Pode-se projetar o boom com as projeções do IBGE para os próximos cinco anos.  Na região de abrangência da hidrovia e da ferrovia, o rebanho bovino pode chegar a 99,5 milhões de cabeças até 2020. Na agricultura,  projeção no mesmo período é de 40 milhões de toneladas de grãos e na silvicultura de 794 mil m3.


É provável que milhões tenham sido desviados da obra. Mas, ao contrário do propagado pelo Sul  maravilha na década de 80, a ferrovia, como se nota,  não vai ligar o nada a lugar nenhum. Hoje percebe-se a sua importância na logística de transportes do país, cuja matriz está virada de cabeça para baixo, encarecendo os produtos. A maioria da produção do Norte, Nordeste e Centro-Oeste brasileiros faz um longo percurso para os portos do Sul, para depois embarcar para Europa, Estados Unidos e Ásia. Com a Norte-Sul inverte-se esta ordem e se diminui distâncias.


A grande maioria dessa produção hoje é transportada por rodovias. As condições de pavimentação, entretanto, elevam os custos. Na região Norte, 54,8% estão péssimas ou ruins. No Centro-Oeste, 28,5%  estão na mesma situação e no Nordeste este índice chega a 27,7%. Daí que o custo é aumentado em 40,4% no Norte, 30,5% no Nordeste e 18,1% no Sul. Ou seja, o Norte e Nordeste tem o maior custo de transporte da produção o que encarece o produto tanto nas prateleiras como para exportação.

No Brasil, esses custos aumentaram 204% de 2003 a 2011, com o preço de transporte US$/ton. passando de US$ 28 para US$ 85, da lavoura ao porto. E isto porque o país pouco investe em logística. O Brasil gasta em média 0,4% do PIB com transportes (R$ 2,1 trilhões/ano). Para se ter uma idéia do que significa, a Índia investe 5,6% do PIB, Chile, 6,2% e China gasta 7,3% do PIB com logística.

De forma que por puro preconceito ou interesses comerciais (indústria de asfalto, de pneus, de veículos) o Brasil chega atrasado às ferrovias. Nos EUA, a maior economia do planeta, a malha ferroviária é de 226 mil km. No Brasil, ela é de pouco mais de 30 mil km. A área territorial dos EUA é de 9,3 milhões de km2 contra 8,5 milhões de km2 do território brasileiro. Ou seja, praticamente mesma dimensão, o que pode dar pistas do custo de logística lá e cá, com consequências objetivas na economia, basta ver o PIB dos EUA situado na faixa dos US$ 17,4 trilhões diante dos US$ 3 trilhões brasileiros.

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