Esse relatório da Controladoria Geral da União – que o senador Irajá Abreu gritou no Senado ser exemplo de rombo do governo Wanderlei – é prova do contrário: de como a política pode ser utilizada, de forma inadequada, no serviço público. Aliás, Irajá Abreu não mandou um centavo sequer de suas emendas para o governo na sua passagem pelo Senado. Que dirá para a saúde pública.
O Senador do PSD foi eleito pela oposição (e já disse que pode ser candidato novamente em 2026), tem o direito legítimo de apontar as falhas do seu adversário. Mas no caso do relatório da CGU, ele não dá fundamento a denúncias de desvios. Ainda que tenha partido dele a provocação da CGU.
E sim de falhas administrativas pontuais que a própria CGU, é dado inferir, considerou, em determinados pontos, a empresa ter recebido punição rigorosa demais pelo governo: multa de 10% quando o usual seria apenas 3% pela deficiência do serviço entregue pelo contrato.
Noutro ponto, a CGU relata o contrário: teria faltado firmeza do governo na cobrança. Omitindo que o governo, pela ineficiência do serviço, aplicou a pior sanção à empresa: o rompimento do contrato com a ASM, que era responsável pelo serviço.
É óbvio que houve (e há) problemas de gestão. Mas não os R$ 3 bilhões denunciados (da Saúde) no governo Siqueira, o R$ 1,2 bilhão (Igeprev/governo Siqueira), o R$ 1,4 bilhão (pontes de papel/Marcelo Miranda) ou o R$ 1 bilhão do governo Sandoval (recursos desviados do empréstimo do BNDES). Todos aliados do Senador. Foi inclusive presidente do Itertins no governo Siqueira.
Vários erros não fazem um acerto, como é claro. Nem acertos viram erros. Ou seja, Irajá pariu um rato.
1 Comentário(s)