No primeiro semestre deste ano, a BRK conseguiu passar uma borracha na CPI implantada pelos vereadores.

Colocando os fatos em ordem e concatenando-os uns aos outros não é difícil perceber um certo planejamento de formas e modos.

Um método cuja finalidade não seria a investigação. E sim demonstrar a sua desnecessidade com o embaçamento da questão.

Não foi a primeira (e nem será a última) CPI da BRK implantada em ano eleitoral. Como de igual modo a repetição do resultado.

A água de má qualidade que a população tem consumido nos últimos dias (suja, fedida e sujeita a contaminação) vai, certamente, gerar os mesmos 80% do valor para o esgoto que cobra a BRK.

Afinal, nos relatórios de qualidade da água emitidos pela própria empresa (públicos na sua página) pelos seus canos só corre água límpida. Tanto quanto os esgotos que é paga para tratar e que de vez em quando é flagrada despejando em local inadequado. Sem que lhe ocorra nada!!

E se um morador for a óbito por contaminação da água, também é certo que ficará por isto mesmo!! E não implausível que o governo seja acionado para indenização já que, pela BRK (está lá no seu relatório) a concessão foi feita pela Saneatins. E a Saneatins continua lá nos seus relatórios como o agente autorizador da concessão.

Ainda que desde 2013 quando a Odebrecth Ambiental adquiriu por R$ 53,5 milhões os 23.48% das ações da Saneatins na empresa, a BRK seja uma companhia privada.

Na dúvida, de ontem para hoje a população de Palmas encheu os supermercados em busca de água mineral. Uma cidade assombrada com medo de estar bebendo esgoto sanitário não de suas próprias latrinas, mas de toda uma cidade. Se o medo espalha, poderemos presenciar uma loucura por água potável nas ruas. Caos.

A BRK Ambiental (no Tocantins) teve uma receita operacional líquida de R$ 171 milhões no segundo trimestre de 2024. O relatório é de 13 de agosto de 2024. Um aumento de 6% no volume faturado no período.

No acumulado do ano (nos dois trimestres) a Receita Operacional Líquida foi de R$ 327 milhões. Ou 11% a mais do que nos primeiros seis meses de 2023. Até dezembro, deve arrecadar, portanto, R$ 650 milhões de água e esgoto em 47 cidades do Estado. A inflação nos 12 meses anteriores foi de 4,23%¨.

O consumo médio no Estado é de 20,7m3/mês. Na tabela aí de cima se encaixaria na tarifa de R$ 11,72 por m3. Ou seja uma conta de água de R$ 243,00. E que somados os 80% do esgoto daria uma conta de R$ 437,00. Na Capital, o índice de pobreza é de 31,97% (IBGE).

E por que isto também: os vereadores e prefeitos da cidade não derrubam o subsídio cruzado da empresa. Ela toma milhões emprestado para investimento nas 47 cidades (e até fora do Estado) mas pulveriza o custo do financiamento aos moradores.

Como Palmas tem 300 mil moradores, termina pagando a água e esgoto dos demais municípios de população infinitamente inferior. Quando este subsídio deveria ser estadual.

E ainda beber água podre!!!

 

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