A dívida do governo este ano já pode estar na casa dos R$ 370 milhões. O Executivo liquidou despesas totais de R$ 4,53 bilhões e pagou apenas R$ 4,16 bilhões. Se calcularmos tendo como referencial os valores empenhados (R$ 5,05 bilhões) o déficit eleva-se a R$ 890 milhões, aí incluso as dívidas com salários e previdência.
De forma que para pagar o líquido dos salários (algo em torno de R$ 260 milhões já com a correção) tem que empurrar para frente outras dívidas já que as receitas mensais líquidas situam-se na média de R$ 500 milhões contra despesas mensais de R$ 932 milhões (pagas no mês de junho/2018), R$ 870 milhões (maio), R$ 521 milhões (abril) e R$ 512 milhões (março).
A falta de correção do governo a estas distorções e, pior, sua expansão com reajustes salariais na medida em que concede mais isenções fiscais (renúncia de receita sem apontar sua correspondência orçamentária) projeta dias piores para a população a partir da ocorrência inequívoca de elevação do déficit fiscal.
Mas ninguém liga para esse negócio de déficit fiscal que, para muitos, não tem nada a ver com a falta de medicamentos e esparadrapo nos hospitais, nem com os buracos nas rodovias ou com o aumento de impostos, com desdobramentos diretos no caixa do supermercado, no preço do feijão e do arroz.