O político Carlos Amastha deve estar administrando um conflito existencial com o empresário Carlos Amastha.
O primeiro buscando transformar realidades com ações políticas.
E o segundo avaliando o custo disso.
Política é entrega, doação. Empresário é troca, cambiagem.
A sinalização de Amastha de possibilidade de deixar a candidatura a prefeito por uma vice ao PSB, entretanto, sugere que o empresário tenha prevalecido até no anúncio da busca de composição já no primeiro turno.
É situação que não tem volta, palavra solta ao vento. Para o eleitor, no subconsciente e inconsciente, Amastha desistiu da candidatura. E do seu voto para prefeito.
Não adiante, após a verbalização da proposta, dizer que não aconteceu a aliança. Que pode não acontecer mesmo. Mas a renúncia já teria se dado.
Obviamente que aquele que se oferece se sujeita ao preço praticado pelo mercado. E mercadoria oferecida tem preço menor do que aquela disputada.
É curiosa a entrevista que o considerado coordenador da campanha de Amastha, Adir Gentil, tenha oferecido o PSB para ocupar a vice de Eduardo Siqueira (Podemos) ou de Janad Valcari (PL).
Partidos bolsonaristas, enquanto o PSB é da base do governo federal. O vice-presidente da República é do partido. Aliança defendida até dias atrás pelo próprio Amastha.
Mais curioso ainda é o coordenador oferecer-se a Eduardo Siqueira e a Eduardo Gomes (que não é candidato) e não a Janad Valcari, a cabeça de chapa do PL.
Não deve estar sendo muito cômodo a Amastha a decisão. Depois de reeleito em Palmas, disputou o governo e foi derrotado. Dois anos após, perdeu a eleição na Capital com seu candidato, ex-deputado Thiago Andrino "Amastha, e perdeu para sua criatura, a ex-vice Cínthia Ribeiro. Em seguida não conseguiu eleger-se senador.
Neste toada, está há sete anos sem mandato.