Os bolsonaristas como pinto no lixo diante da agenda de Jair Bolsonaro em Palmas no final de semana dos 35 anos da cidade.

É a sensação do pertencimento ao movimento das ruas que, para eles, seria o melhor instrumento para Bolsonaro enfrentar os vários procedimentos que responde no Supremo Tribunal Federal. Um deles, de tentar dar um golpe de Estado.

Esse movimento, a cinco meses das eleições municipais e a dois anos da sucessão estadual bagunça a política regional, à semelhança da desorganização de Estado do aspirante a ditador.

Quer ver: Bolsonaro vem pelas mãos do senador Eduardo Gomes (PL). Isto, é certo, dá à visita um caráter partidário e eleitoral. O PL tem uma candidata em Palmas, a deputada Janad Valcari.

Mas os filhos de Bolsonaro, nas suas estadias na Capital, são recepcionados pelo senador Irajá Abreu (PSD) em sua residência. E isto dá uma proximidade maior entre os dois. Apesar de Gomes ter sido líder de Bolsonaro no Congresso, um cargo público, uma relação oficial.

Os dois parlamentares terão seus mandatos de oito anos no Senado extintos em 2026. São as duas vagas a serem disputadas. Mas há um terceiro nome do campo bolsonarista na disputa: o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos).

Obviamente vindo à Capital Jair Bolsonaro tenta recomeçar do começo. Depois da derrota de seu candidato prefeito ao governo nas últimas eleições, Ronaldo Dimas. A sua escolha.

Nos quatro anos de seu governo passou apenas duas vezes por Palmas. Numa delas, não saiu do aeroporto e na outra (convencido a vir pelo ex-senador Vicentinho Alves, com quem tinha bom relacionamento) saiu brigando do Palácio Araguaia, no governo Mauro Carlesse.

Entrou no Palácio e saiu sem dar a mínima para o cordão de bolsonaristas que o esperava nas ruas.

Desta feita, enrolado com a Justiça, sem mandato e inelegível, vem pelas mãos de Eduardo Gomes, seria este o pai da criatura a capitalizar a musculatura do bolsonarismo.

Mais bagunça? Aliados da senadora Dorinha Seabra (UB), do campo bolsonarista, já fazem campanha para ela disputar o governo. Dorinha, como é notório, teve votação para Senado, em larga medida, pela chapa com Wanderlei. Era até então a candidata de Gomes e Ronaldo Dimas.

Com o racha de Kátia Abreu (declarada abertamente por Wanderlei como sua candidata ao Senado no início de 2022), assumiu a vaga, deixando Gomes e Dimas, denotando que era, na verdade, aspirante a suplente da chapa do Governador.

O governo tem como candidato natural o vice, Laurez Moreira (PDT), que deve ocupar o cargo com direito à reeleição, na renúncia de Wanderlei.

Ou seja: a vinda de Bolsonaro à Capital, para os políticos que colam seu  nome ao bolsonarismo, pode mesmo é realçar as diferenças internas do grupo.

Afinal, Bolsonaro vai pousar na casa de Eduardo ou de Irajá? Wanderlei será convidado para o churrasco com os três?

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