A Polícia Civil do Tocantins (PC-TO), por intermédio da 32ª Delegacia de Babaçulândia, no norte do estado, concluiu nesta sexta-feira, 20, as investigações que apuraram a conduta de uma mulher de 25 anos de idade, a qual é apontada como autora de um golpe aplicado contra seu próprio padrasto e que resultou em um prejuízo de mais de R$ 20 mil.
Conforme explica o delegado Adriano de Aguiar Carvalho, titular da 32ª DP de Babaçulândia e responsável pelo caso, o fato ocorreu entre os meses de junho e julho deste ano, quando a vítima, um pescador de 55 anos anos de idade, procurou a Polícia Civil e relatou que estava sendo enganado pela própria enteada, a qual estava gerenciando sua conta bancária e teria se apropriado indevidamente de valores que ultrapassaram os R$ 20 mil.
“Com base no relato da vítima, foi instaurado inquérito policial, onde foi possível apurar toda a conduta delituosa, bem como identificar a autora, que em seu depoimento, confessou a prática criminosa, mas afirmou que estava passando por problemas emocionais e por isso teria subtraído o dinheiro do padrasto e aplicado em apostas de jogos online”, frisou.
As investigações apontaram que, valendo-se da confiança que o padrasto tinha na autora, a mulher passou a movimentar a conta da vítima, e começou a fazer pequenas retiradas de dinheiro, que na maioria das vezes era transferido para sua própria conta ou era utilizado diretamente para fazer apostas em jogos online.
Diante dos fatos, o inquérito foi concluído pela Polícia Civil e a mulher foi indiciada pelo crime de furto qualificado pelo abuso de confiança, crime tipificado pelo Art. 155, § 4º, inciso II, do Código Penal Brasileito, por oito vezes, que tem pena de dois a oito anos de prisão. Agora, encerradas as investigações, o inquérito foi remetido ao Poder Judiciário, com vistas ao Ministério Público para a adoção das medidas legais que se fizerem necessárias.
Alerta
O delegado Adriano Carvalho faz um alerta a todos os cidadãos para que fiquem atentos e vigilantes ao permitir que outras pessoas tenham acesso aos seus dados bancários para evitar episódios de fraude como o do caso em apreço, que muitas vezes são praticados por pessoas próximas e da total confiança das vítimas.
“Sempre que permitir o acesso de terceiros, mesmo que familiares, a suas contas bancárias, a pessoa precisa manter um alto grau de vigilância sobre as operações que são efetuadas, pois corre-se o risco de o titular da conta ser vítima de golpes, como os apurados, e ter seu dinheiro subtraído. Além disso, quem tem o poder de movimentar a conta também pode realizar empréstimos bancários sem a autorização ou conhecimento do titular, resultando em prejuízos também. Por isso, além da vigilância constante, é necessário que a pessoa avalie muito bem se pode de fato confiar em terceiros para ter acesso às suas movimentações bancárias”, frisou.
Febre do jogo online
A autoridade policial também ressaltou que, nesse caso específico, as quantias desviadas pela autora da conta do padrasto estavam sendo utilizadas para fazer apostas em um conhecido jogo online, caracterizando uma tendência crescente de pessoas que utilizam de suas próprias economias a fim de obter êxito nesse jogo, que tem se transformado em um verdadeiro vício e levado a ruína de diversas famílias.
“No caso investigado, a autora usou mais de R$ 20 mil que não lhe pertenciam para fazer apostas online, o que demonstra um alto grau de vício por esse tipo de conduta onde a pessoa acaba gastando todo o dinheiro, que muitas vezes representa o sustento da família, a fim de apostar. Por isso, é importante que parentes e amigos fiquem atentos e busquem formas de ajudar a pessoa que está com essa compulsão por fazer apostas online, no sentido de evitar mais prejuízos financeiros e até mesmo danos emocionais e psicológicos”, conclui.