Os deputados Ricardo Ayres (Republicanos) e Carlos Gaguim (UB) não titubearam: agarraram-se à cauda do cometa da PEC 6 a 1 nas redes sociais.

Querem compartilhar a vida ganha de três dias por semana que batem ponto na Câmara dos Deputados com o operariado.

Não explicam porque a PEC é 6 a 1 se o objeto dela é a jornada 4 a 3.

Um ilusionismo barato afinal a afirmação do 6 a 1 dá destaque à carga de trabalho, com apelo mais forte do que expandir o 4 a 3 que destaca mais folga que trabalho.

Ambos tem pesos  diferentes no consciente e subconsciente popular. Melhor destacar a carga de trabalho do que o fardo da folga.

O PT e o PSOL também se animam com o "projeto". Até o governo federal abriu o campo para negociações.

Obviamente que Deus, Raimundo e todo mundo busca paz, saúde, uma beira de rio ou de mar e uma rede para se balançar pra lá e pra cá.

É uma boa idéia para os evangélicos e cristãos adotarem. Afinal a igreja já considerou o trabalho como castigo divino. Mas aí veio o calvinismo a dar comida a esse monstro do capitalismo!!

Mas quem vai pagar isto tudo!! Sim, porque o ócio tem seu preço. O homem precisa comer, beber. Isto não se tem de graça.

E na relação capital X trabalho, tanto a renda como o trabalho dependem da produção. Excetuada a mais-valia, o capital corresponde à força de trabalho dispendida.

A tal PEC quer 36 horas semanais (mas dizem que seria oito horas diárias por quadro dias que dariam, claro, 32 horas).

Se não se entendem com os números de uma simples conta de multiplicação, suas demonstrações seriam, de plano, implodidas pela deficiência  matemática dos fundamentos argumentativos.

Uma jornada tal a de França, Inglaterra, Itália e Japão, cujos PIBs per capita são seis vezes maiores que o brasileiro.

Para efeito de raciocínio: a PEC, se for protocolada, precisará de 308 votos na Câmara em dois turnos e 49 no Senado.

A bancada de empresários na Câmara é de 221 deputados (que se dizem empresários). A PEC vai atingir diretamente o setor de serviçoes e indústria. No Tocantins, os serviços são responsáveis por 60% do PIB.

No Estado, até outubro/24, havia 902 mil no Cadastro Único (MDS) com renda de até meio salário mínimo. E 467 mil pessoas no bolsa família.

Das 562 mil pessoas empregadas no Estado (PNAD/IBGE/2° trimestre/24) de uma população economicamente ativa de 1,297 milhão de pessoas, cerca de 380 mil são contratadas pelo setor privado. Destes, 170 mil sem carteira assomada.

Ou seja, a PEC 6 a 1 (4 a 3) pode levar mais pessoas ainda para a informalidade. E mais demissões.

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