Regra geral comete-se equívocos e até injustiças com a direita.
Não falo dessa extrema direita bolsonarista que não é direita e só converge extremistas.
Há, entretanto, não só no Estado, um sentimento de que a direita tenha avançado no país nas últimas eleições.
O centrão fez a maioria dos prefeitos como já comanda o Congresso.
Há até aqueles que pregam a necessidade do presidente Lula, computados os votos, levar seu governo para o centrão.
Quando um quarto dos ministérios já pertence a estes partidos que foram derrotados em 2022.
No Tocantins a situação confere a ficção dos políticos em Brasília.
Partidos de esquerda se misturam a partidos de direita, passada a eleição são esquerdistas e direitistas. E assim seguem.
De 10 eleições para governo no Tocantins, sete delas, no entanto, foram vencidas por candidatos de direita. Duas pela esquerda e uma por um neo-esquerdista que agora é bolsonarista-raiz.
Siqueira venceu em 88 (PDR),94 (PPR) e 2010 (PSDB que no Estado sempre esteve com a direita).
Em 2002, Marcelo venceu pelo PFL, Mauro Carlesse (PSL/2018) e Wanderlei (Republicanos/2022).
O MDB venceu com Moisés (90) e Marcelo Miranda de novo em 2014 (aliado à direita).
Em 90, a direita perdeu porque Siqueira assim o quis. O candidato era o senador Moisés Abrão (PDC).
Siqueira tencionava voltar (não havia a reeleição) e assim se deu. Não fez campanha,
Assim como Moisés devolveu a ajuda em 94 quando deixou o candidato do seu partido, João Cruz, sozinho no palanque. Deu Siqueira com o PPR. Um partido que nasceu da fusão de grupos da Arena, o partido da ditatura militar.
Direitista quanto Siqueira. Tanto que este ano apoiou um candidato bolsonarista contra o candidato do seu partido em Paraíso.
Mas na campanha de Palmas este ano, o filho de Siqueira foi tratado como de centro. Muito embora filiado ao Podemos da base bolsonarista.
Ainda que tivesse a esquerda, mesmo debaixo do palanque, a pedir-lhe votos, saiu-se vencedor, derrotando outra direitista, da extrema bolsonarista.
O Estado, desta forma, sempre foi de direita. Esse negócio, portanto, de que a direita venceu por aqui tentando reduzir sua posição e dos eleitores é balela. Os eleitores continuam do mesmo lado. Os políticos é que mudaram e mudam de um lado a outro ao sabor da conveniência.