A semana tem início com a expectativa de declaração de apoio da prefeita Cinthia Ribeiro e do deputado Junior Geo ao candidato do Podemos, Eduardo Siqueira Campos. Como apurou o blog, estariam nas conversas finais. É da política.
Caso ocorra, serão, entretanto, dez longos dias (um terço da campanha do segundo turno) em que os 45 mil votos de Junior Geo e os 59,3% dos moradores que aprovam a administração da prefeita estariam à deriva sem indicação de lugar.
Estratégica e politicamente o interregno relativiza a importância de Geo e Cínthia para Eduardo. É inversamente proporcional ao movimento do governador Wanderlei em direção a Janad Valcari. E de Janad para com Wanderlei.
Isto porque Eduardo é que, pela lógica, necessitaria daqueles eleitores de Cínthia/Geo para ganhar as eleições. E sem eles, as urnas indicaram, Eduardo não derrota Janad. Já com apenas parte deles, Janad vai para a galera.
E, portanto, deveria estar desde o último voto na urna, buscando seus apoios. E não os cozinhando em banho maria esperando o venha nós e vosso reino nada.
Eduardo, entretanto, aplicou o tempo no ganho de Vicentinho Jr (PP) e Laurez Moreira (PDT) que não tiveram votos para candidato a prefeito em Palmas. Ou porque votaram em Janad no primeiro turno. Ora se o PP e o PDT tivessem votos em Palmas, o candidato não seria do PL.
E aí entra a esperteza do candidato do Podemos: ao anunciar no dia da eleição que a única certeza é que não apoiariam Janad, Cínthia e Geo entregaram-se a apenas duas opções, ambas excludentes: ficar fora do 2º turno ou apoiá-lo.
Eduardo sempre foi centralizador. Mesmo no governo do pai, ex-governador Siqueira Campos, quando era apenas um parlamentar, prefeito ou secretário, Eduardo Siqueira sempre controlou tudo.
A tática em curso indica mesma vetoração. Só que a eleição não acabou ainda. Não é o prefeito ainda. E lá, dependerá também dos vereadores cuja maioria lhe fará oposição.
Pura lei de oferta e procura.
Como ficar fora do 2º turno, seria abandonar seus eleitores à própria sorte, assumindo o risco de perdê-los (a dois anos de novas eleições) e não apoiar Janad é um imperativo de Cínthia, Eduardo de camarote assiste seus ativos derreterem até aceitarem a oferta do Podemos na bacia das almas.
Uma estratégia muito antiga. Só que no caso de Cínthia joga para debaixo do tapete a sua administração na Capital (com aprovação popular) e os ativos dela consequentes.
E por uma premissa contrária: receio das críticas à administração (minoria) trazer perdas eleitorais. Coisa que as urnas demonstraram não ser assim:
Geo entrou na campanha sem Cínthia com 7% das intenções. Saiu com Cíntha com 27,99% em um mês. Eduardo (32,42%) e Janad (39,22%) estão em campanha há mais de ano. Esta com o apoio do governo e aquele com a Igreja Madureira carregando no colo.
É situação que requereria uma reflexão mais amiúde dos motivos da demora desse encontro de vontades.
E olha que Eduardo, por enquanto, é apenas um tubo de ensaio manejando pipetas conhecidas para, após, ligar a centrífuga.