Dois dias antes da propaganda no rádio e TV (que começa no sábado) acentuam-se os oportunismos partidários.
E os conflitos ideológicos vão sendo substituídos pelo pragmatismo que impõe perdas mais à esquerda do que à direita.
O PT, PCdoB e PSDB (considerados de esquerda para o referencial da direita) justificaram escolher Eduardo Siqueira (Podemos) para não “entregar” a administração da Capital à extrema direita.
O cerne da questão seria apenas uma eventual diferença de medida, quantidade. E não qualidade a estabelecer o que aceita a esquerda do que propõe a direita.
O PCdoB fez circular nota nesta quarta contra o pedido de Ivory Lira (PCdoB) e Cláudia Lélis (PV) para que a federação libere os filiados para apoiarem quem quiser no segundo turno.
O diretório metropolitano do PCdoB, como é notório, aprovou por unanimidade o apoio a Eduardo Siqueira. O diretório estadual vai avaliar o caso nesta quarta.
O Podemos, também é público, apoiou a extrema direita bolsonarista em 2022.
Era Ronaldo Dimas (PL) que teve o próprio Bolsonaro em seu palanque contra Wanderlei Barbosa.
Já o PP (que migrou para o Podemos ontem) era até horas atrás bolsonarista.
Vicentinho fez carreata e ato público com Janad e Jair Bolsonaro em Palmas no primeiro semestre.
Vicentinho Jr foi um dos deputados que defenderam o 8 de janeiro. Entretanto, continua, como o Podemos, no campo da direita onde sempre esteve e se mantém.
Só que agora com Eduardo e não Janad. De outro modo: trocou apenas de camisa e não de cor. E espera mudar a roupa dos eleitores do PP.. E da vereadoras eleita em Palmas.
Ronaldo Dimas, do PL, é o manda-chuva também do Podemos.
Deslocada está é a esquerda. Os esquerdistas - como registra a história - sempre poderão refutar que melhor dar um passo atrás para ganhar dois à frente.
Ou que entre um ou outro (menos bem ou menos mal), teria como opção o menos pior. A marcar posição sobre o que propõe à sociedade como antagônico a tudo que "está aí".
É razoável, portanto, que o eleitor encontre dificuldades para entender o que é campo da esquerda e campo da direita.
Justamente pela incoerência de parcela do campo da esquerda e da direita.
Um conflito que pode (ou deveria) influenciar na campanha do 2º turno e nas urnas.
Afinal está em jogo é o modelo de sociedade e de administração da coisa pública onde esquerda não pode ser direita nem vice-versa.