O anúncio da mudança do deputado federal Vicentinho Jr (presidente regional do PP) do palanque da deputada Janad Valcari (PL) para a canoa de Eduardo Siqueira (Podemos) é, primeiramente, um atentado à lógica.
A ordem natural é que o derrotado busque nova perspectiva de poder no vitorioso. Ora, os derrotados no 1° turno foram, pela razão, o deputado Junior Geo e a advogada Lúcia Viana que não passaram para o 2º turno.
Como Janad e Eduardo foram os vitoriosos, nessa lógica, algo além do compromisso político (fundamental nas relações políticas) – aquele que o destrata é considerado traidor – fez o deputado se mover, sem ocupar-se dos eleitores do seu partido que tivessem atendido ao seu chamado no 1º turno e apoiado Janad.
Isto leva a outra conclusão: Vicentinho teria apoiado fervorosamente Janad no primeiro turno em desfavor de Eduardo porque não acreditaria na perspectiva de vitória/poder do candidato do Podemos. Projetada a probabilidade Eduardo, se mostrou por inteiro.
Só falta agora ir aos palanques e discursar que Eduardo é o candidato mais preparado que não enxergava desde o ano passado quando começaram as movimentações eleitorais.
Tudo indica, como apurou o blog, que não haveria justificativa alguma que não o interesse pessoal do parlamentar. E que, por sinal, é secretário do governo do Republicanos que tem o vice de Janad.
O deputado teria observado em Eduardo maior perspectiva de poder do que no grupo de Janad. Vicentinho já estaria mais propenso a pular para o outro grupo, tendo como proa, um racha entre Laurez Moreira e Wanderlei Barbosa.
O espectro das atuais circunstâncias apontaria que no grupo palaciano teria poucas chances, por exemplo, de disputar o Senado ou perder colégios para o deputado Carlos Gaguim. Mesmo tendo que enfrentar, no novo grupo, os ativos de Cínthia Ribeiro.
Tudo dentro das regras democráticas não fosse o fisiologismo e oportunismo de sobrepor interesses pessoais que seriam exercidos daqui a dois anos ao compromisso partidário assumido com o PL no 1° turno. Abandonando a candidata que viu ser a melhor dois dias após o resultado das eleições.
E fazê-lo sem deixar o cargo de secretário do governo do Republicanos que, repito, tem o vice de Janad e elegeru 56 prefeitos no Estado contra apenas 15 do PP.
Obviamente que deverá ser cobrado por Jair Bolsonaro com quem desfilou em carro aberto na Capital junto com a deputada Janad Valcari, celebrando-a com a melhor a candidata para administrar a Capital.
Para Vicentinho,é possível deduzir, Palmas não era a prioridade e nem a finalidade. Afinal, Eduardo não deixou de ser Eduardo e nem mudou de grupo político na pré-campanha. Nem Janad alterou os seus aliados partidários no mesmo período.
E o deputado do PL viu, desde a pré-campanha, as propostas para a cidade tanto de Eduardo quando de Janad. Mas deixou para dar o tiro no segundo turno.
Um risco político. Ou seja, se não der certo, a população da Capital e do Estado terá que esperar mais dois ou quatro anos para encontrar o melhor dirigente. E parlamentares terão a licença dada por Vicentinho Jr nop 2° turno da Capital.