Há um movimento tendente a creditar o desempenho de Eduardo Siqueira à luta do bem contra o mal e a uma dívida que o eleitor da Capital teria com o ex-governador Siqueira Campos.
O raciocínio tem equívocos fenomenais.Ainda que democrático e faça sentido para parte dos siqueiristas.
O primeiro, escandalosamente falso, porque relativiza (no que reduz) o esforço de Eduardo que saiu do zero referencial para o segundo turno de uma cidade com mais de 200 mil eleitores.
O outro equívoco indiscutível é porque do outro lado de Eduardo, os antagonistas (que se ilumina como o mal) tem origem no mesmo berço siqueirista.
Siqueira teria, assim, criado anjos e demônios e do qual não se arrependera ou desistido de combater. Isto porque não deixaram de andar todos juntos até o ano passado.
A tese não explica, também, porque, com Siqueira lúcido e fazendo política, Eduardo (na última eleição que disputou/2018) teve apenas a 10ª votação para deputado estadual (17 mil votos/2.40%).
Ou mesmo porque, apesar do artifício de dupla renúncia de Siqueira e o vice, teve que abrir mão de disputar o governo em 2014 e entregar a vaga ao presidente do Legislativo. Uma ação articulada por Siqueira. O eleitor teria só agora refletido: devemos muito a Siqueira, temos que pagar mais!!
Eduardo está no segundo turno (de uma eleição disputadíssima) porque é um grande articulador e decidiu ir às ruas sem recursos financeiros. Ganhou fôlego com parcela da igreja evangélica (que ficou dividida) e decidiu fazer o que, comumente, Siqueira fazia por ele. Deixou a teoria e enfrentou a prática do asfalto.
Estes que hoje bajulam Eduardo e o incensam em nome do pai (Siqueira), tratavam-no como uma espécie de “leproso político” há menos de ano. Período em que Eduardo reescreveu sua história.Ou: decidiu ele próprio escrever sua história.
E aí, talvez, resida a base de outra falácia: libertar a cidade de uma presuntiva ameaça que seria Janad, o mal os reuniria ao candidato do Podemos.
Janad não é condenada a nada. Se defende em processo na Justiça, da mesma forma que Eduardo. Caso contrário, ambos não poderiam sequer serem candidatos.