Não fez bem a Eduardo Siqueira negociar mandato de um partido sem incluir na conversa a legenda na campanha eleitoral.
Mandatos pertencem a partidos. E o de Junior Geo é, desde a filiação, do PSDB onde a presidente é Cínthia Ribeiro.
Tudo seria normal, tivesse o PSDB na conversa. Feita às escondidas, sugeriu um ardil, uma conspiração. Diferente das condutas de Cínthia Ribeiro desde a filiação de Geo e na campanha até aqui.
A negociação particular dentro do segundo turno eleitoral trata os votos tucanos no 1º turno ativo e propriedade do deputado. E que ele pudesse fazer deles moeda de troca numa xepa qualquer.
Sem a participação do PSDB, partido que lhes deu legenda quando corria atrás de uma para disputar a prefeitura. No popular, Geo teria trocado os 44 mil votos dos palmentes por mais dois anos de mandato na Assembléia.
Além do desrespeito ao partido, a decisão pode provocar cisões. Tudo que a campanha de Eduardo não necessita a uma semana das eleições.
Negociar no picadinho é típico de estratégia divisionista projetada para enfraquecer grupos.
Eduardo passaria a ter crédito com Geo e não com o PSDB de Cíntia que é maior que o deputado. É ver o que Junior Geo dará como contrapartida agora.
E qual o tamanho de Geo: nas eleições de 2014 teve 5.591 votos em Palmas. Em 2018 (7,408), em 2022 (7.601) para deputado estadual.
Nas eleições de 2020, perdeu para Cínthia na disputa pela prefeitura na primeira disputa eleitoral da Prefeita. Uma eleição com 14 candidatos. Cínthia teve 46 mil votos e ele 18 mil.
Em 2024, entrou na campanha com 7% dos votos válidos (é candidato desde a última eleição) – o equivalente a 11 mil votos – e saiu das urnas (com a entrada de Cínthia) com 44 mil votos.
Como se nota, os números não confirmam a tese dos adversários de Cínthia de que os votos seriam de Junior Geo.
E onde pode ter caído Eduardo que, pelo histórico, pode ser a Cínthia de amanhã.
