O debate da TV Anhanguera/Globo (último debate do 1ºturno) demonstrou, primeiramente, a indisposição de Janad Valcari para enfrentar adversidades e questionamentos sem que a situação esteja sob o seu controle.
É provável que seja apenas uma questão de estratégia o não comparecimento a todos os debates do 1º turno.
Preferiu enfrentar a militância bolsonarista do que as perguntas dos demais candidatos que representariam a outra parte da cidade e uma diferente narrativa sobre a candidata do PL. E que ela poderia refutar no encontro.
Obviamente, a negação tem uma causa. E ela estaria da imprevisível reação da candidata a perguntas sobre as quais talvez não tivesse respostas.
No debate de ontem, entretanto, surgiu na tela um Junior Geo infinitamente melhor preparado para o enfrentamento do que Eduardo Siqueira.
Geo descompensou Eduardo lembrando sua atuação nos governos anteriores e no caso Igeprev. O candidato do Podemos não é condenado, mas politicamente o candidato do PSDB, pela frágil reação de Eduardo, pregou no seu rosto a responsabilidade pelas aplicações irregulares de R$ 1,2 bilhão no fundo dos servidores.
Nas propostas, enquanto Eduardo citava obra de sua administração há 30 anos, Geo mapeava a cidade com propostas concretas de obras.
Se Eduardo discorria sobre Ginásio Airton Sena, Estádio Nilton Santos, Espaçou Cultural (com um Jacaré de pedra de Siron Franco) e Kartódromo (numa época em que as pessoas precisavam de casa, comida, transporte e trabalho), Geo pregava a instalação de um sistema mais avançado e acessível de transparência nos gastos públicos.
De forma que a impressão que passou o debate é que Eduardo mostrava-se confiante na sua expertise política e capacidade de articulação e Geo, consciente de suas deficiências, estudou melhor a cidade e o candidato que enfrentava.
Depois de ontem, não é improvável que Geo tenha se aproximado dos demais candidatos e embolado as possibilidades dos três apresentarem-se, a dois dias das eleições, com capacidade para o 2° turno onde só tem duas vagas.