Dois recortes (com seus desdobramentos políticos óbvios) emergem do Ibope/TV Anhanguera divulgado na noite de ontem. Na primeira, se confirmadas nas urnas, as intenções de votos válidos de Cínthia Ribeiro deixam para trás o desempenho de Carlos Amastha nas duas eleições que venceu na Capital: 2012 e 2016. Conclusão óbvia: criatura superando o criador, ainda que Cínthia tenha gênese política no ex-senador João Ribeiro e não em Amastha. O dado é relevante porque realça uma disputa paralela sobre ativo, liderança política e protagonismo, tangenciando a obra administrativa a dois anos das eleições estaduais.
O ex-prefeito assumiu a prefeitura em 2012 respaldado por 59 mil e 680 votos e reeleito em 2016 com 68 mil e 634 votos. Cinthia precisou mais que dois anos e meio para obter (pela pesquisa) 42% dos votos válidos: 69 mil e 754 votos. E com maior número de candidatos competitivos. Isto considerando os 8% de brancos, nulos, abstenções e indecisos de um eleitorado (com direito a voto) de 180 mil e 524 eleitores. Cínthia, assim, registraria a maior votação já dada a um prefeito da cidade. Sem alardes, imposições ou esculhambação de oponentes nas redes sociais.
Na outra evidência (não me ocuparei dos demais abaixo do segundo e terceiro colocados), Tiago Andrino e Eli Borges que há dois dias tinham virado sobre Cínthia Ribeiro devem, por suas próprias intuições abstratas, estar tentando entender como o eleitor mudaria de vontade de uma hora para outra.
Ou então buscando de volta a grana, caso tenham tido alguma despesa com os institutos Lerigou e Avox. Entendem agora o conflito nietzsche-schopenhaueriano sobre vontade e representação. Pelo menos nas intenções de voto. Há ainda (como sempre esteve no mesmo lugar) as urnas.
Os dois institutos (nas pesquisas da virada desta semana) convergiam para um ponto: em ambas Cínthia teria 24% das intenções. Divergiam na liderança que seguia o fluxo da estratégia de influenciar votos com intenção de votos. Eli aparecia na Lerigou com 26% e Tiago, na Avox, com 25%. Eli, por óbvio, fez campanha com a Lerigou e Tiago com a pesquisa da Avox.
A enxurrada de intenções de Cínthia no Ibope e na Vetor colocou alguma razão e certa lógica no processo. Ambas as pesquisas (Ibope/Vetor) apontam Cínthia com 38% das intenções contra Eli e Tiago empatados na segunda colocação. Na Ibope, Tiago e Eli com 11%. E na Vetor, os dois também coladinhos com 8%.
Isto os coloca, solidários, a 30 pontos percentuais de Cíntha (Vetor) e a 27 pontos percentuais da prefeita na Ibope. A um dia das eleições. E mesmo se fossem considerados os 26% e 25% (da Lerigou/Avox) dos dois, Cinthia teria, ainda assim, 12 pontos percentuais acima de Eli ou 13 pontos percentuais a mais que Tiago, tomando as pesquisas Vetor/Ibope.
Os números das duas pesquisas (Ibope/Vetor) guardam similitude de aceleração ou desaceleração dos candidatos com as outras verificações que Vetor e Ibope fizeram na campanha. Não detectou um fato que pudesse alterar substancialmente a intenção do eleitorado palmense. Pelo contrário: enquanto a rejeição de Cínthia caía, a dos seus adversários crescia de modo lógico. Previsível com a exposição da obra da prefeita na propaganda eleitoral. Razão previsível (e plausível) da elevação de intenções de votos por sua reeleição.
A ver.