A deputada Janad Valcari (PL), pode-se dizer, foi coerente: disse ontem, após o resultado, que não vai mudar a estratégia de campanha.
Os fatos podem obrigá-la, entretanto, a alterar, na prática, essa vontade.
E começou tentando comprovar a sua premissa: disse que teve maioria da Câmara e venceu a prefeita Cínthia Ribeiro.
Bom!! Janad preparou ontem uma festa para comemorar vitória no 1º turno. Teve R$ 8,8 milhões de receitas declaradas, uma dezena de partidos coligados e 62 mil e 126 votos (38,22%). Ou: R$ 142,6 por voto.
Junior Geo (o candidato do partido da prefeita) teve R$ 1,2 milhão de receitas, três federações de partidos (cada uma funciona como um partido) e 44.326 (27,99%) votos. Ou: R$ 27,00 por voto.
Eduardo, que vai para o 2º turno com Janad, teve R$ 3,1 milhões de receitas, três partidos coligados e 51.344 (32,42%). Ou: R$ 50,3 por voto.
De outro modo: Janad prefere expor que saiu vitoriosa contra Cínthia. E não enxerga que apesar da potência exercida de dinheiro, não logrou êxito proporcional às armas de que dispunha e que efetivamente fez uso.
Poder-se-ia, por dedução, concluir que não fora os recursos não estaria sequer no 2º turno, como é claro confrontando o resultado eleitoral e as receitas.
Vai disputar o segundo turno com um candidato do Podemos, mas escolhe continuar enfrentando o passado: Cinthia.
E como se não vivesse sem a existência de Cínthia Ribeiro. É de imaginar o que seria de Janad, desde a Câmara, não fosse a figura de Cínthia Ribeiro para escada em sua ascensão política.
De certo modo materializa a teoria da psicologia da projeção do eu no outro. A teoria do espelno em que vemos nos outros as falhas que existem em nós mesmos.
Se fosse qualquer outro, Janad estaria comemorando ter ido para o segundo turno, numa cidade, desde a criação, dividida e refratária a candidatos governistas.