A inclinação das decisões e ações políticas do governador de Wanderlei Barbosa aponta uma direção definida: o governador deve renunciar para disputar o Senado.
A nomeação ontem do ex-vice-prefeito da Capital, André Gomes, para uma Secretaria da Região Metropolitana de Palmas é só mais um movimento com o mesmo vetor: dar substância a uma eventual composição Eduardo Gomes/Wanderlei.
Eduardo, como é lógico, só cabe nesta chapa se disputar o governo. Opção que Wanderlei não teria. E as pesquisas não incentivam Amelio Cayres na cabeça da majoritária.
Significa que o governo Wanderlei tem menos de um ano (4 de abril de 2026) terá que renunciar.
Reside, aí, por outro lado, a preocupação de aliados do Palácio: a antecipação desse movimento encurtaria o mandato do Governador.
Mas é a aposta na mesa.
Ainda que pudesse dar musculatura ao vice-governador que já disse que assume e disputa no cargo. Disse-me ontem Laurez que vai para as urnas com cargo ou sem cargo.
Ou seja, Wanderlei não renunciar pouco alterará nos adversários.
Só o Governador teria passivos: perderia a imensa maioria que o aprova e ao seu governo e o ativo eleitoral que as pesquisas demonstram para o Senado. E ainda cercearia a primeira dama, Karynne Sotero, de disputar um mandato.
A vantagem de disputar a reeleição no cargo, com efeito, sempre foi superestimada pela classe política contra os fatos. Tem lá seus benefícios, mas não tanto.
O ex-governador Carlos Gaguim,por exemplo, perdeu a eleição para Siqueira Campos no cargo de governador. Sandoval foi derrotado por Marcelo Miranda com a caneta de governador entre os dedos.
Cotejada a legislação eleitoral, o governador disputar no cargo não tem muita margem de manobra.
Não pode contratar, demitir, fazer publicidade, candidatos não podem inaugurar obras, fazer transferências voluntárias, remover ou transferir servidores e por aí vai.
Daí a pressa de Wanderlei: garantir tudo antes de abril de 2026. E que só tem um objetivo.