Se tivesse conhecido Schopenhauer (filósofo alemão) o governador Wanderlei Barbosa hesitaria em postar no instragram ontem deitado numa rede de balanço.
Estava comendo um “peixe frito” e sorriso aberto em sua “quinta” de Campo Alegre. No dia em que compareceu à tragédia da ponte que pode resultar em 15 famílias enlutadas.
Arthur Schopenhauer dizia (Da Morte Metafísica do Amor, Do Sofrimento do Mundo/1.844) que “nossa receptividade para a dor é quase infinita, mas o mesmo não ocorre com a nossa receptividade para o prazer, que tem limites estreitos”.
Da empatia pela manhã ao descanso festivo à noite a disparidade dos afetos em horas tão curtas materializou outro pensamento do autor do Mundo como vontade e representação. “É a infelicidade geral que é a regra, embora a infelicidade individual apareça como exceção.”
E isto não é questão de ser curraleiro ou não. Antes da criação do Estado (até a década de 70) curraleiros de Porto Nacional, Dianópolis, Tocantinópolis, Pedro Afonso ou que tais já tinham na grade curricular o francês e filosofia como disciplinas obrigatórias. Só não estudavam, se não quisessem.
Não fosse o formigamento das redes sociais, o Governador (que fez sim, sua parte, durante o dia na resposta à tragédia), teria evitado o desgaste da publicação da prefeita Cinthia Ribeiro no X que apontou o óbvio no governante: a contradição e o paradoxo do sofrimento e alegria.
Um sentimento capaz de invalidar todo o esforço na mitigação das consequências da tragèdia. Uma dor perfeitamente evitável caso os políticos tivessem feito sua parte.