O descaso federal (e estadual) com a ponte de Estreito/Aguiarnópolis não é caso isolado.
Os deputados estaduais (acentuadas as exceções) preocuparam-se mais em emitir notas de pesar que ninguém lê por falta de correspondência, a cobrar responsabilidades.
Devem ter suas razões. Uma delas: a ponte de Porto Nacional foi condenada por laudo técnico em 2003.
Naquele ano, foram impostos a proibição do tráfego de veículos com peso acima de 30 ton e limitação de velocidade!!!
De lá até o então governador Mauro Carlesse decidir interditar (2019) - um ano após assumir o governo interinamente e depois ganhar eleições - foram quase duas décadas como se nada estivesse acontecendo.
De 2003 (5ª Legislatura) a 2019 (8ª Legislatura) um deputado sequer cobrou efetivamente dos governos a interdição da ponte e a construção de uma nova.
A omissão contrastava com as ações do MPE e decisões da Justiça obrigando o governo a interditar a ponte e fazer uma nova. Mas que nada.
E muitos deles ainda estão aí, seja na Assembléia ou Câmara dos Deputados: Eduardo do Dertins, Amélio Cayres, Fabion Gomes, Antônio Andrade, Eli Borges, Luana Ribeiro, Wanderlei Barbosa, Valdemar Junior, Carlos Gaguim, Vilmar Oliveira, Cleiton Cardoso, Nilton Franco, Ricardo Ayres, enfim.
Há casos interessantes: os deputados Eduardo do Dertins e Fabion Gomes estão em todos os mandatos (da 5º Legislatura à atual 10ª Legislatura. Ganham inclusive de Amelio Cayres que está no Legislativo desde a 6ª legislatura (2007).
O resultado é que quando Mauro Carlesse decidiu construir a ponte, já custava R$ 150 milhões. Ou: 50% a mais do que os R$ 101 milhões se fosse construída em 2010, da licitação.