A oposição a Wanderlei Barbosa começa a fomentar nos bastidores um falso dilema: possibilidade de novos desgastes no Legislativo.
Os deputados dão posse, amanhã, à nova mesa diretora da Assembléia Legislativa.
Amélio Cayres III, o Grande, continuará na presidência do Legislativo.
Na 1ª vice-presidência, com atribuições de assumir o cargo de presidente na vacância do titular, o filho do governador, deputado Leo Barbosa.
Ambos do Republicanos, partido do governador. Isto, a priori, somada à pública proximidade de Amélio com Wanderlei, já traduziria que tanto faria Amélio quanto Leo no comando do Legislativo. O dono da caneta será o mesmo.
A política, no entanto, é impulsionada, no mais das vezes, por vaidade. E pode, sim, ocorrer que Amélio renuncie ao cargo de presidente para possibilitar Leo no lugar. De ofício. É regimental.
Se o fizer antes da metade do biênio, entretanto, os deputados são obrigados a fazer nova eleição para presidente. E aí Leo Barbosa seria eleito pela maioria governista. Afastado dos passivos da dupla eleição.
Obviamente que teria um componente ético na decisão. Mas o STF já decidiu que, do ponto de vista legal, não haveria impedimentos para um filho de governador presidir o Legislativo com o pai na chefia do Executivo.
Ou mesmo que haveria um estrategema para contornar a decisão do Supremo que, ao anular a dupla eleição (que elegeu Leo presidente para este biênio), mandou ser realizada a nova eleição em outubro e o Legislativo a realizou quatro meses antes. Com Amélio novamente presidente e Leo, vice, substituto eventual do presidente.
E aí a oposição terá, sob esta perspectiva, calibrar o discurso nos próximos dois anos que antecedem as eleições.