Há, é indubitável, uma distensão na base de Wanderlei Barbosa.
A escolha Amélio Cayres, tudo indica, tem exigido custo político maior ao Governador.
Uma ruptura dependerá da capacidade de negociação do Palácio Araguaia.
Wanderlei tem se aproximado de Eduardo Siqueira e Cínthia Ribeiro. O PSDB pode ser incorporado ao Podemos.
Mas o novo partido não tem paridade com uma Federação UB/PP que deve ser oficializada em breve.
Nos votos, o Palácio pode ter apoio de Eduardo Siqueira (o prefeito já sinalizou internamente apoio a Dorinha para governo) para governo mas terá que dividir no Senado.
O prefeito já declarou apoio a Vicentinho Jr, presidente regional do PP, que fará Federação com Dorinha Seabra, do União Brasil.
A senadora Dorinha Seabra (UB) mandar representante no evento da Agrotins hoje (com dezenas de prefeitos, vices e vereadores) é sintomático.
E Wanderlei não respondeu da melhor forma: preferiu nominar um a um os cerca de quarenta prefeitos no auditório do Palácio.
Uma demonstração de força política do governo e do comprometimento do prefeito nominado na aliança governista. Esperava-se, no entanto, mais.
O senador Eduardo Gomes e o presidente da Assembléia, Amélio Cayres, foram mais diplomáticos e contemporizadores: defenderam que é hora de entendimento político.
O número de prefeitos presentes não lhes tirava a razão. Os 40 nominados sequer alcançavam os 56 prefeitos eleitos pelo Republicanos (partido governador) no ano passado. Bem longe dos 121 prefeitos eleitos na base palaciana.
Se não negociarem com Dorinha Seabra correm o risco de perder a UB e o PP. Os dois devem oficializar uma Federação. Só aí, menos 52 prefeitos (37 do UB e 15 do PP).
É muito cedo para conjecuturas. Mas os ânimos circunstanciais não sinalizam bonanças advindas de falácias retóricas.