Aquilo que os candidatos a prefeito da Capital ainda não conseguiram entabular (o voto útil contra Cínthia Ribeiro), não por vergonha alheia, mas por falta de acordo entre as vaidades, um candidato em Porto Nacional, Ronivon Maciel (PSD) não titubeou.
A dez dias das eleições e distante na casa de uma dezena de pontos percentuais do primeiro colocado nas pesquisas, o ex-prefeito Otoniel Andrade, Ronivon passou a pregar o voto útil nele dos eleitores do prefeito Joaquim Maia (candidato à reeleição).
Os marqueteiros de Ronivon espalham nas redes sociais que o voto em Joaquim Maia (do qual Ronivon foi vice-prefeito até dias atrás com salários de R$ 12mil) vai cair em Otoniel. “ Quem vota em Maia está votando também em Andrade”, pontua a campanha de Ronivon.
Pode-se, daí, estabelecer-se também raciocínio diverso: votar em Ronivon estaria votando em Otoniel. Isto porque (Ronivon e Maia) disputam o mesmo nicho eleitoral (recall das eleições de 2016 quando foram prefeito e vice). Disto se conclui que há dois supostos perdedores de votos e um previsível recebedor e destinatário destes votos.
A propaganda de Ronivon permite outras deduções conclusivas:1) Otoniel estaria na frente e atraindo votos dele próprio, Ronivon e de Joaquim Maia; 2) Os votos de Ronivon e Maia (como já apontei aqui) seriam os mesmos; 3) O racha entre ambos, dividiu o eleitorado dos dois (beneficiando um terceiro, Otoniel) ; e 3) Ronivon estaria preocupado com a sangria dos votos de Maia (e, por aderência, dele também) para Otoniel em função do racha entre os dois (Ronivon e Maia).
De outro modo: o eleitor de ambos estaria enxergando casuísmos e fisiologismo na fissura da aliança Ronivon/Maia por projetos pessoais. E quem o confirma é o próprio Ronivon, que achou necessário uma campanha para canibalizar os votos do seu ex-companheiro, na suposição de que seja ele e não Maia a atrair, com maior probabilidade, caso isto se desse, a priori, o voto útil porque já administra a cidade.