O deputado federal Alexandre Guimarães (eleito pelo Republicanos mas hoje presidente do MDB regional) abriu ontem suas redes para lançar Amélio Cayres III, o Grande, a governador do Estado.

Na verdade, uma plantação (como tem feito o governo). A colheita, entretanto, depende do grau de consciência do eleitor. Mas não é uma ação individual. Há, sim, movimentos na Praça dos Girassóis no mesmo sentido.

Dias atrás, Alexandre era Bolsonaro. Agora tem licença para gritar como Ulisses (o Guimarães). E isto não se pode debitar ou creditar só na conta do deputado federal.

Na balada festiva das redes, Alexandre juntou ontem abacaxi com leite, cachaça com  manga estopa e, na verdade, com tanta antecipação e falta de cuidado (parecendo locutor de rodeio)  detonou a pretensão do discípulo de Alexandre (não desse aí mas de Alexandria) de alcançar os poderes do IV.

Que coisa!!! Heim!!! Doutor Eudoro, Doutor Euvaldo Tomaz e Doutor Brito!!!Ninha, Izidório, Domingos Pereira, Totó Cavalcante, Zé Freire, Joaquim Quinta, Doutor Merval, Hagaús Araujo, Freire Junior, Mãe Tia, Hosterno, João Querido... Onde estaria sequestrado o MDB da resistência à ditadura!!! Arraes, Covas, Marcos Freire, Montoro...

O Amélio Cayres III, o Grande, tem, sim, a simpatia de Wanderlei Barbosa. São do mesmo partido. Mas o Estado não é a prefeitura de Esperantina ou os pequenos municípios do Bico dominados pelo clã dos Cayres.

O Bico tem só 176 mil eleitores (eleições 2024). Menos de 20% do eleitorado estudual. E 223 mil habitantes (IBGE/2022) em 25 municípios.

O interesse é meramente eleitoral porque as cidades estão num raio de 50 km. Podem ser percorridas em apenas um dia, se for o caso. Mas economicamente, Esperantina (lá na ponta do bico) é uma das cidades mais pobres do Estado. E a única experiência executiva de Amélio.

O presidente do Legislativo é deputado há 19 anos!!!Quase duas décadas e Esperantina continua lá com suas quebradeiras de coco nas ruas.

São questões contraditórias e discutíveis que, em larga medida, já pontuam as relações entre o Executivo e Legislativo estadual. Virou um método. Dos mais inapropriados e lesivos na administração de dinheiro público.

Não precisa mais do que uma ligeira passada de olhos na execução da Assembléia sob Amélio para identificar as preciosidades. 

E que vai cair no colo das 900 mil pessoas (janeiro/2025/Ministério do Desenvolvimento Social) penduradas no Cadastro Único do governo federal no Estado.

Quer ver? O Legislativo propôs e ambos (Legislativo e Executivo) aprovaram para Amélio Cayres administrar este ano orçamento de R$ 635 milhões (R$ 393,9 milhões mais R$ 241 milhões de emendas). Está lá na LOA 2025.

Serão R$ 17 milhões só para publicidade e mais R$ 6,5 milhões para a TV Assembléia (divulgação). A empresa que cuida da tecnologia (aqueles aparelhos de tv retransmitindo as sessões no próprio prédio) podem abocanhar R$ 11 milhões.  Divulgação na veia administrada pelas empresas de sempre.

Amélio conseguiu alocar R$ 42,8 milhões para shows e eventos no Estado. A indicação é dos deputados que agem como subordinados ao presidente do Legislativo. E não ao eleitor. Mas a indicação  deveria ter sido escrutinada pelo presidente.

Se é competência do deputado destinar as verbas,é necessário também eleger prioridades. Transparência e justificativa. O STF está nos dias atuais colocando régua nisso. O dinheiro, como é lógico, não é privado.

O estoque de emendas, como é claró, seria para garantir a liberação no troca-troca de apoio. Não há receita sem despesa correspondente, concordam? Seria uma inconsistência o deputado colocar emendas sem planejar a aplicação!!

Contrário senso: o Estado não precisaria das emendas no que eliminaria, portanto, a sua necessidade, abrindo orçamento/financeiro para outras demandas populares que não são poucas.

Mas por questão de prioridades do Estado que tem 98% da população dependente do sistema público de saúde. E 385  mil pessoas (43% da população) tem renda per capita de R$ 200 por mês (MDS).

O dinheiro para Grelos e Barões equivaleria a um terço dos R$ 133 milhões de duas secretarias estaduais juntas: Cultura e Turismo.

Só para se ter uma idéia, todo o governo tem previsto de publicidade R$ 27 milhões. TCE tem R$ 786 mil e MPE R$ 621 mil para propaganda.

Outro dado instigador é o valor que os deputados transferiram para o fundo de emendas parlamentares: R$ 82 milhões. Ou: 34% dos R$ 240 milhões de emendas individuais foram estocados.

Tudo indica que o Executivo virou um puxadinho do Legislativo. E vice-versa. É o que a tradição tem realçado sem qualquer resistência política.

É grana que serve para tudo. Inclusive para a comercialização futura de emendas tal como se dá em períodos eleitorais.

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1 Comentário(s)

  • ruanruan
    23/01/2025

    Um absurdo o que acontece no tocantins, roubalheira geral e o pior, a justiça daqui só age quando a convém... Tem que recriar o Tocantins, a coisa está feia.

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