Do resultado para prefeitos saído das urnas ontem tem-se três grandes forças políticas no Estado: o Democratas (da deputada Dorinha Seabra) que saiu com 26 prefeituras e o MDB (do senador Eduardo Gomes) que conseguiu colocar 24 prefeitos nos 139 municípios do Estado.
Em seguida, não menos relevante, o PSD (do senador Irajá Abreu) com 20 prefeituras que somadas às outras sete conquistadas pelo PP da senadora Kátia Abreu, formam, por certo, uma terceira via. O Solidariedade do prefeito Ronaldo Dimas conquistou 15 prefeituras e o PTB (do presidente da Assembléia) outras onze prefeituras.
O PSB de Carlos Amastha minguou com apenas dois prefeitos. Os demais são elementos de soma. PSDB (2), Pros (2), PSC (7),PL (9), PT (4), PV (5), Cidadania (2), PSL (1), Podemos (1), Republicanos (1), PDT (1) e Avante (1).
O Democratas seguiu o fluxo nacional de crescimento (com os presidentes da Câmara e do Senado). O MDB não se tem ainda de forma mais nítida as razões dos 24 prefeitos, decorridos pouco mais de dois anos da segunda cassação do governador partido, Marcelo Miranda, que é, agora, presidente regional da legenda. Se Eduardo Gomes é a maior liderança nacional emedebista (e o mais substancioso nome para 2022) Miranda no Estado tem ainda o protagonismo modeba de raiz.
Pela lógica partidária e eleitoral, as urnas impuseram ao governador Mauro Carlesse uma camisa de força, obrigando-o a conversar com Antônio Andrade (considerado aliado de primeira hora), Dorinha Seabra e Eduardo Gomes para enfrentar Irajá Abreu, Kátia Abreu e Ronaldo Dimas.
Com Dorinha tem a cunha de Carlos Gaguim e com Gomes o espectro de Marcelo Miranda. Gaguim forçou a barra para intervir no Democratas e entregá-lo a Carlesse. Já o MDB segue ainda dividido entre Gomes e Miranda. Ainda que não existam arestas incontornáveis entre ambos.
Atraindo Dorinha e Gomes, pode ter Cínthia Ribeiro que derrotou onze candidatos ontem. E outra meia dúzia de veteranos de urnas. Dentre eles, aquele que se considerava seu tutor e futuro governador, Carlos Amastha que saiu nanico das eleições, o que o empurra para Dimas, Kátia e Irajá.
O governo, pelos prefeitos eleitos, sai derrotado das eleições. Perdeu em Araguaína, Porto Nacional e Palmas (onde não teve candidato). Venceu em Gurupi com o uso desabrido da máquina pública para evitar uma terceira derrota de Mauro Carlesse na cidade. Somando os prefeitos eleitos da oposição, chega-se a algo próximo de 90 chefes de executivos municipais levados pelas urnas.
Vai ter agora o Palácio Araguaia que fazer uso novamente da máquina (tem muitas obras e recursos em curso) para atrair os prefeitos à sua base e garantir alguma segurança à eleição de Mauro Carlesse ao Senado daqui a dois anos. É legítimo e legal. Mas não é mamão com açúcar dada a crescente conscientização da população (e dos políticos de segui-la por sobrevivência) sobre o serviço público. Não só no Estado.