A ameaça de greve verbalizada ontem pelo presidente do Sindicato dos policiais civis contra a nomeação de um delegado para Secretário de Segurança Pública é gravíssima de qualquer perspectiva que se a observe.
Vamos ao oposto: aceitariam, os PCs, sem prejuízos à segurança do cidadão um Secretário que o Sindicato observasse conveniente e indicasse à categoria? Um flagrante confronto do Estatuto dos Policiais e da Constituição.
Ou seja, se o governo não fizesse suas vontades (já recebem polpudos salários, indenizações, planos de saúde/50% pago pelo contribuinte e aposentadoria/60% pago pelo povão, com vencimento da ativa) os “profissionais” estariam arregimentados para a “resistência”.
Prontos para deixarem as ruas sem segurança e a população sujeita a marginais, para irem armados às ruas por suas reivindicações políticas.
O “estrupício” é de tal ordem que não raciocinam ser a ameaça a comprovação inequívoca de que podem acusar políticos e governos e investigá-los. Não por disposição legal e o devido processo.
Mas fazer disto instrumento de chantagem, comprometendo os inquéritos e ações penais. O mal que o expediente faz ao estado democrático e de direito é inestimável.
E há exemplos notórios disso: o imbróglio das investigações de PMs a PCs e vice-versa. Diferente de São Paulo, por exemplo, onde a PC neste exato momento investiga PMs por crimes faccionados, dentro do que determina a lei, no Estado o impulso seria outro.
Como poderia ser contraprova até aquele entranhamento, já no Tribunal de Justiça, de supostas provas (depósito de R$ 5 mil num processo de desvios estimados de centenas de milhões) contra Wanderlei que nem estava incluído na ação na 1ª instância. Para arrastar o governador ao processo.
Um Wanderlei que, não é desconhecido, tem, sim, concedido a delegados mais benefícios do que aos policiais civis. E até mais que a PM que não demonstra igual reação ilegítima do reacionário líder sindical.
Governadores eleitos a partir de agora tem que consultar o sindicato das categorias de servidores para exercerem suas competências constitucionais.
Contando lá fora, dirão que é uma piada de mau gosto.