A deputada Janad Valcari (PL) não foi a outro debate ontem.
Já havia faltado ao da TV Record e agora foge na última hora do realizado pela TV Norte SBT Tocantins.
Conclusão óbvia: Janad temeria ser questionada por algo que, talvez, não tivesse a resposta.
E se não as tem, seria, por consequência, inadequada para a função pública de administrar um orçamento de R$ 2,3 bilhões. E 300 mil moradores. Onde o princípio elementar é a prestação de contas.
Se assim o é, por ordem de precedência, seu compromisso prioritário não seria a transparência pública.
E sim a falta de transparência sobre algo que lhes diga respeito. Na coisa pública, pode causar um estrago repetida a conduta.
Ainda que se pudesse na campanha tomar como um direito a não prestação de contas sobre condutas e sua candidatura cumprisse as exigências formais, a negação retira-lhe credibilidade para compromissos.
Subtrai-lhe, na dúvida e negação, credibilidade e confiança. Valores morais relevantes na democracia.
É uma distorção moral e ética – quando se trata de administração de recursos públicos – considerar estratégia de campanha como fator principal e a publicidade e transparência condições acessórias.
É algo tolerado e até, não raro, exitoso, do ponto de vista eleitoral. É um ponto fora da curva no sentido ético e moral.
No caso, como Janad teria feito media-training, a escolha por negar explicações ao público pode ter origem nos comandos partidários.
E aí outra conclusão: os partidos que são aliados a Janad não estariam seguros quanto a Janad.
Isto é, não reconheceriam nela condições e competência para enfrentar situações adversas. Mesmo assim defendem jogar nas suas mãos R$ 2,3 bilhões anuais.
Juntando essa imagem que a campanha tem realçado em Janad com o histórico do PL de Valdemar Costa Neto, Jair Bolsonaro, Alfredo Nascimento, não estaria longe os eleitores das classes A, B e C expandirem às D e E suas desconfianças sobre os valores da candidata.
E aí a teoria do ciclo concêntrico cuidaria do resto.
Com efeito, se eleita, Janad Valcari não irá administrar uma escola partícular em que poderia, até, colocar seu marido, filho e sócios de campanha como detentores de ações preferenciais do orçamento.
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