Crédito: TSE

O MDB pode dar trabalho para o governo nos próximos dois anos. Em 2022 terá duas lideranças estaduais de peso: Marcelo Miranda e Eduardo Gomes. Marcelo, se não for condenado novamente em segunda instância, terá sua elegibilidade de volta em outubro daquele ano. Caso contrário, amargará o banco por mais algum tempo. Apesar da cassação e da prisão, conserva ainda considerável número de seguidores, mesmo que muitos não gostem.

Eduardo Gomes, líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso, se movimenta para ocupar espaços e ganhar corpo no grupo que comanda o partido há mais de 30 anos no Estado.E aumentar capilaridade em outros partidos. Buscaria, com a estratégia, tudo indica, um apoiamento mais ecumênico que apenas propriamente emedebista. 

Se considerarmos que poder político decorre diretamente da representação política, Gomes encorparia, também, o protagonismo partidário. A liderança de Bolsonaro no Congresso decorre de sua própria liderança quando deputado federal e dos relacionamentos que cultivou, politicamente, no Congresso. E tem dado resultado inconteste a Bolsonaro. Não tem arestas com Marcelo Miranda mas o ex-governador é que preside a legenda. Nem com Mauro Carlesse.

O partido saiu das urnas em 15 de novembro com 23 prefeitos, 13 vice-prefeitos e 221 vereadores. É o segundo que mais elegeu chefes de executivos municipais e o primeiro no número de vereadores no Estado. Somados os votos consignados a prefeitos, saiu das eleições com 136 mil e 660 votos. O partido que mais teve votos para prefeito no Tocantins em 15 de novembro.

É uma força política considerável. Pelas circunstâncias, não haveria um melhor nome do partido para disputar o governo que do senador Eduardo Gomes. Mas aí teria o fator-Palácio Araguaia. Eduardo foi eleito pelo Solidariedade e na majoritária de Mauro Carlesse.

No MDB, com efeito, ainda faz sombra o espectro do então deputado federal Junior Coimbra que, na presidência do partido, tentava viabilizar acordo com Siqueira Campos nas eleições de 2014. Foi defenestrado da Executiva pela direção nacional. 

Intenção que pode não ser a de Gomes cujo projeto político é passível de ser confrontado em oposição ao dos governistas. Na majoritária só tem um vaga de governador e o grupo palaciano prudentemente ainda não definiu (ou não quer expor) o escolhido. A indefinição, ainda que necessária e racional, leva, por outro lado, a inseguranças e incertezas.

O Palácio vai ter que fazer política.

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