Numa dessas conversas prazerosas de mesa de bar, no início da década de 90, perguntei a Brito Miranda (presidente da Assembléia Legislativa de Goiás na criação do Tocantins) porque o PMDB havia deixado Siqueira Campos (PDC) levar a história e os motivos do partido não ter se esforçado pela candidatura do deputado federal José Freire em 88.

Brito foi o vice da chapa de Zé Freire. Darci Coelho, o vice de Siqueira. O resultado é que Siqueira saiu com 62% dos voto e Freire apenas 32%. E governou no mandato tampão de 88 a 90. Disse-me Brito: Siqueira é o menos pior. O raciocínio de Brito (hoje falecido) é compartilhado por Darci (uma história ambulante), meu  professor de direito processual civil na UFGo nos anos 80. E de história da civilização que costumeiramente me ensina política.

Já o ex-deputado Totó Cavalcante (que também fez greve de fome pela criação do Estado) era mais direto na resposta : fomos frouxos!! Dizia-me toda vez que o perguntava porque os modebas (ele próprio um deles) teriam abaixado para Siqueira que entrou no ônibus por último e pegou a janelinha.

Ao PMDB foi dada nova oportunidade (eleições de 90) quando Siqueira (governador) – já de olho em 94 (não havia reeleição ainda) trabalhou pela derrota de seu próprio candidato (senador Moisés Abrão), favorecendo a eleição do emedebista Moisés Avelino. E que retribuiu a Siqueira mais tarde: não subiu no palanque do candidato do PMDB à sua sucessão em 94. Não deu outra: Siqueira saiu com 58% e João Cruz com 36%.

No segundo turno da campanha eleitoral na Capital, onde estarão em jogo dois candidatos mas uma mesma ideologia política, a pergunta que se impõe – observado o espelho da história – é até que ponto vale apenas escolher o menos pior – como o fez o PMDB há 36 anos – ou defender princípios ideológicos e programáticos.

Uma luta entre a vida digna e o voto. E que o PMDB não lutou fazendo com que o partido deixasse de ser o maior do Estado (e com o maior número de filiados) e eleger apenas quatro prefeitos no último domingo no Estado.

Fechando o ciclo. passando uma borracha na luta contra a direita na ditadura, para um apoio a uma candidatura de direita em Palmas.

De outro modo: três décadas e meia após, as forças políticas se movem com a mesma potência e aceleração.

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