O governador Wanderlei Barbosa parece sentir o cheiro de queimado no andamento das obras da nova ponte do Estreito.No que não estaria errado. Só isto justificaria a movimentação política do Chefe do Executivo.
Claro que Wanderlei é ligado à região Norte e ao Bico. Ali tem uma das maiores aprovações de governo. E tem demonstrado firmeza em horas que a ocasião assim o exige. Além do mais, entrar nas eleições de 2026 com este problema na agenda não é algo desejado.
A detonação dos destroços está incluída no preço da construção da nova, mas a aceleração das obras é um problema. Muito explícito na decisão (política de difícil consecução) de reuniões mensais de técnicos sobre ela. Imagina, o relógio marca dez meses para o ano do colapso e da inauguração da nova. É o prazo político que resta.
Vai para dois meses do colapso (e 14 mortos) e a promessa de entrega em dez meses (até o final do ano) da nova ponte que nem começou é para se colocar as barbas de molho mesmo.
Para efeito de raciocínio, a ponte sobre o rio Tocantins em Porto Nacional tinha previsão inicial de R$ 149 milhões e saiu por R$ 180 milhões. Recurso de empréstimo feito em banco privado. Uma ponte de 1.088m que foi construída em cinco anos.
A ponte do Estreito (só recurso federal, por enquanto) foi contratada por R$ 171 milhões com metade do tamanho (533m) e promessa de entrega até dezembro (dez meses). O orçamento do Dnit para o Estado em 2025, como apurou o blog, é de R$ 77 milhões.
Tem-se aí, a priori, que a ponte de Estreito custaria o dobro do preço pago na ponte de Porto. Com orçamento regional insuficiente.
E que esta obra 50% menor fosse feita em 20% do prazo. Em um ano, uma ponte de 533m contra os cinco anos da ponte de 1.088m.