A operação contra Mauro Carlesse ontem (busca e apreensão) sobre fatos do seu governo segue a contradição arbitrária do seu afastamento (e que apontei aqui à época).

Sem juízo do mérito do acontecimento (desvios investigados) o ex-governador foi afastado do cargo pelo STJ na fase de inquérito.

E que ainda está tramitando, como se vê, três anos após. E mandado para a primeira instância.

Havia meia dúzia de governadores sendo investigados à época, alguns já condenados, mas não receberam igual tratamento daquele Tribunal.

Na semana passada o mesmo STJ determinou investigação no governador Wanderlei Barbosa em processo semelhante mas não o afastou do cargo.

Há afinidades e pontos divergentes. Mas uma circunstância parece fazer diferença.

Se Mauro Carlesse não tinha como aliada a bancada de deputados federais e senadores (era refratário a dividir poder), Wanderlei Barbosa detém, ao seu lado, 91% (10 dos 11 deputados federais e senadores).

Disto se pode deduzir, pelo cabo de força hoje existente entre os tribunais superiores e o Congresso, a prevalência da volatilidade da vontade política do STJ que, em tese, deveria agir segundo apenas a vontade do direito e da justiça.

Para os apressadinhos: não significa que não se deva defender as significações (o que se fala) do designado e os manifestantes sobre o acontecimento.

No popular: as pessoas tem o direito de indignar-se. Mas, na Justiça, há as formas de reparação que independeriam de vontade política.

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