O Estado inclinado a enfrentar nova crise política  a partir desta semana. Os investigados pela PF podem ter justificativas e explicações. Mas indícios e evidências que já vieram a público denunciam mais dificuldades que facilidades na tarefa de desconstruir (e desconstituir) a narrativa colocada.

Insegurança jurídica e política, no entanto, não colaboram para a solução da equação. Um quadro revelador da desintegração moral e ética da sociedade política. Com implicações diretas na qualidade de vida da maioria da sociedade civil.

Uma sociedade política que apenas se reveza na posse da chave dos cofres públicos. E que dela faz uso alternadamente, não raro, sob o abrigo inadequado das competências discricionárias de Estado e representação popular.

Não importa apresentarem-se, por mais contraditórias e paradoxais que sejam suas posições, considerada como a representação da indignação popular, a reação dos grupos que, possuidores da mesma chave, estiveram, no seu plantão, sob acusações iguais e desvios conhecidos.

E com os mesmos grupos empresariais. Sequer a estratégia amadora e prepotente se apresenta diferente, reveladora do grau de certeza de impunidades.

Um ciclo vicioso não interceptado, em larga medida, pelas relações inadequadas entre os poderes constituídos. Ainda que a prudência nas acusações fosse necessária dado os contratos originassem de governos anteriores ao que agora se acusa de supostos desvios.

Fundadas supostamente no interesse da população, mas que permitem o descumprimento de funções fiscalizadoras necessárias na sua interdependência. Dentre elas, suas próprias inadequações corporativas com recursos públicos.

A síntese está aí: suspeitas sobre o Legislativo, Executivo, Judiciário e MPE. E que terminam sendo contaminados por ações de uma minoria de seus membros.

É preciso acreditar no Judiciário. O Estado vai bem do ponto de vista financeiro e fiscal. Aprofundar a crise  tratando-a como instrumento político eleitoral de resistência política não interessa à população.

Um Estado que registra 900 mil pessoas cadastradas no Cadastro Único do governo federal, meio milhão de pessoas com Bolsa Família e outras 700 mil desocupadas e que coloca algo próximo de R$ 10 bilhões de impostos nos cofres estadual e federal.

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