É perfeitamente notável que o governo decidiu fazer valer-se também de política para defender o governador Wanderlei Barbosa. Enquanto faz uso de advogados nos tribunais.

Deve-se a estratégia, logicamente, à constatação de que a inclusão do Governador na operação tivesse sido uma decisão mais política do que técnica. E isto exigisse uma cabeça de ponte em outra vertente.

Já vai para três semanas da operação da PF e sucedem-se notas de corporações, servidores e entidades em defesa do desempenho e da seriedade da administração de Wanderlei.

Notas, por sinal, plausíveis e facilmente comprováveis nos números da execução orçamentária e na Secretaria do Tesouro Nacional.

No contraponto à operação e à força de delegados da PF que, diz-se, permanece investigando no Estado. Ou seja: queimando por baixo.

As notas de sindicatos e entidades vem em socorro do governador após a insuficiência da defesa dos parlamentares.

Muito pouca gente hoje acredita em argumento de vereador, deputado ou senador. Virou risco na água quando não estão incluídos na mesma cesta.

Daí a preferência pelas redes sociais onde não tem contraponto e tem o seu próprio filtro.

Wanderlei, como é notório, não é ordenador de desembolso e os contratos foram assinados no governo anterior.

Mais por precaução da oposição, deduz-se, que por erro tático, o escândalo não caiu dentro da campanha eleitoral. Afinal a corrupção avaliada vem de outros carnavais.

Com "benfeitores" e beneficiados repetindo-se ciclicamente no Executivo e Legislativo. Sabe-se, agora, com um pé  no Judiciário. Sepiticemia grave.

Apesar de um dos empresários envolvidos nos desvios (conforme a PF) fosse tido como um dos coordenadores financeiros da campanha de Janad.

Fato que fazia questão até de expor publicamente. Inclusive a representava até dias atrás em reuniões políticas.

E que, por óbvio, poderia fazer conexão entre uma situação e outra. Remetente e destinatário do produto ou soma, a depender dos fatores da equação.

Nada inusitado. No governo Sandoval Cardoso, o governador nomeou como coordenador de campanha o seu Secretário de Obras.

E que durante algum tempo exerceu os dois cargos simultaneamente. Sem que MPE ou a oposição o denunciasse.

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